Airbnb e Booking mostram que demanda segue aquecida no pós-pandemia

Empresas de reservas de hospedagem online divulgaram perspectivas mais sólidas do que o esperado para continuar a crescer, impulsionadas pela demanda internacional

Embora algumas métricas não tenham superado as expectativas, como o lucro líquido do Airbnb, o desempenho foi sólido (Foto: Gabby Jones/Bloomberg)
Por Natalie Lung - Curtis Heinzl
10 de Novembro, 2024 | 10:23 AM

Bloomberg — Há alguns meses, as empresas de viagens alertaram que o grande boom pós-pandemia nas viagens dos consumidores estava perdendo força.

Nos últimos dias, três das maiores empresas de reservas online – Airbnb (ABNB), Booking Holdings (BKNG) e Expedia Group (EXPE) – descreveram um quadro decididamente menos dramático: todas elas divulgaram perspectivas mais sólidas do que o esperado, o que sugere que o crescimento não está desacelerando tão rapidamente quanto elas imaginavam, em parte graças à demanda internacional.

O Airbnb disse na quinta-feira (7) que sua principal métrica de diárias e experiências reservadas será acelerada neste trimestre, com a taxa de crescimento prevista para exceder os 8,5% alcançados no último período. Wall Street havia projetado um ganho de 7,7%.

A Expedia, que também divulgou seu relatório na quinta-feira, disse que aumentaria o guidance de crescimento das reservas brutas para o ano inteiro de 4% para 5%.

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Apenas uma semana antes, o Booking, empresa controladora de marcas como Kayak e Priceline, ofereceu uma orientação surpreendentemente otimista, fazendo com que suas próprias ações disparassem.

A Expedia subiu 1,3% no início do pregão. O Airbnb caiu 5%, pois também alertou que o crescimento da receita no primeiro trimestre de 2025 sofrerá com uma comparação ano a ano nada lisonjeira, já que 2024 foi um ano bissexto e o feriado de Páscoa chegou mais cedo.

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Em conjunto, as previsões das empresas oferecem novos motivos para otimismo, já que os formuladores de políticas e os investidores ainda estão tentando avaliar a força da economia dos Estados Unidos.

Elas desafiam a narrativa estabelecida por empresas de viagens on-line, companhias aéreas e resorts no último trimestre de que uma desaceleração generalizada no setor de viagens estava chegando.

Algumas companhias aéreas, como a IAG, proprietária da British Airways, e a Air Canada, apresentaram lucros neste trimestre que superaram as expectativas. As redes de hotéis, incluindo a Marriott International (MAR) e a MGM Resorts International, decepcionaram. A Hilton Worldwide Holdings (HLT) reduziu suas perspectivas de lucro.

Ainda assim, o Airbnb disse que o quarto trimestre “teve um ótimo começo”. Em uma carta aos acionistas, a empresa citou “fortes tendências de demanda” nos mercados principais e de expansão.

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As noites registradas e os lucros ajustados do Airbnb no terceiro trimestre superaram as expectativas. A empresa sediada em São Francisco disse que observou uma “ligeira aceleração” nas noites reservadas na região da Europa, Oriente Médio e Ásia, impulsionada pelos Jogos Olímpicos em Paris.

A América Latina e a região da Ásia-Pacífico continuaram a impulsionar o crescimento com ganhos de dois dígitos nas reservas e aumentos recordes nas listagens ativas. Em particular, a empresa disse que estava “encorajada pela recuperação do negócio de saída da China”, embora o progresso tenha sido gradual.

Na América do Norte, onde houve sinais de desaceleração da demanda durante o verão, o Airbnb disse que o crescimento das reservas conseguiu melhorar durante o terceiro trimestre, após um início mais lento.

As viagens domésticas continuam a responder pela grande maioria das reservas na região, segundo a empresa, e destinos não urbanos e viagens de grupos maiores cresceram mais rápido do que nunca.

Nem todas as métricas superaram as expectativas: o lucro líquido do Airbnb no terceiro trimestre foi de US$ 1,37 bilhão, menos do que os US$ 1,39 bilhão esperados pelos analistas. A empresa atribuiu o erro ao reconhecimento de determinadas despesas fiscais não monetárias.

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As reservas brutas da Expedia no terceiro trimestre foram de US$ 27,5 bilhões, superando as estimativas de Wall Street de US$ 26,7 bilhões. Os clientes reservaram um total de 97,4 milhões de noites nos sites de viagens da Expedia, que incluem o Expedia.com, o Hotels.com e o mercado de aluguel de curto prazo Vrbo, também ficando acima das projeções dos analistas.

A Expedia gera cerca de dois terços de sua receita nos EUA, o que a torna um forte indicador dos gastos discricionários do país e oferece aos investidores uma imagem mais clara da demanda de viagens do país.

Suas rivais Airbnb e Booking dependem dos mercados internacionais para a maior parte de suas vendas. O trimestre encerrado em setembro costuma ser o mais lucrativo para a empresa, pois é quando os norte-americanos tiram férias de verão e começam a planejar as viagens de inverno.

Há apenas alguns meses, a CEO da Expedia, Ariane Gorin, alertou que a demanda por viagens diminuiria. A empresa havia cortado sua orientação para o ano inteiro duas vezes antes dos lucros de quinta-feira.

Na teleconferência de resultados, Gorin disse que a demanda estava fraca em julho, mas voltou a crescer no decorrer do trimestre, liderada por uma demanda mais forte no exterior do que nos EUA.

“Voltamos aos mercados internacionais de crescimento mais rápido, investindo cirurgicamente, e estamos vendo resultados promissores”, disse ela.

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