Bloomberg Línea — Nos últimos anos, o fenômeno da multiplicação de salas VIP em aeroportos brasileiros e, em particular, no Internacional de São Paulo, em Guarulhos, relativizou o conceito de luxo e exclusividade.
Muito além das tradicionais salas VIP vinculadas a bandeiras de cartões - da American Express, da Mastercard e da Visa -, diferentes bancos e fintechs passaram a oferecer seus próprios espaços, como C6 Bank, Nomad, Safra e Inter, além de companhias aéreas como American Airlines.
O acesso cada vez maior oferecido a clientes de alta renda ou com gastos elevados no cartão de crédito como estratégia de atração e retenção se refletiu em salas VIP cada vez mais cheias, com filas para entrada e, eventualmente, a necessidade de espera até que outras pessoas saiam.
Mas, nos planos do BTG Pactual, ainda é possível se diferenciar nessa disputa e no relacionamento com os clientes mais ricos. E com uma estrutura que, muito além de uma sala VIP, vai oferecer um terminal inteiro.
O banco de investimento abre neste domingo (1º de dezembro) o terminal que leva o seu nome, depois de investimento estimado em R$ 80 milhões de um fundo gerido pela instituição.
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O terminal privativo com 2.400 metros quadrados de área espera se tornar o principal portão de chegada e partida do Brasil para empresários, executivos, artistas e celebridades.
O passageiro precisará pagar uma tarifa de US$ 590 (cerca de R$ 3.400 ao câmbio atual) para ter acesso ao terminal, que conta com estrutura própria de check-in, raio-x, alfândega e imigração, além de transporte particular até o avião. A promessa é a de redução de tempo em todos esses trâmites.
Clientes com seu recém-lançado cartão de crédito Ultrablue - disponível para quem tem pelo menos R$ 1 milhão em investimentos no banco - terão acesso a 20% de desconto na tarifa.
Inicialmente, o serviço será oferecido apenas para o embarque em voos internacionais de 12 companhias aéreasn(veja mais abaixo). Em 2025, deve ser estendido para desembarques e conexões.
O terminal fica a 200 metros do terminal 3 do aeroporto de Guarulhos, exclusivo para voos internacionais.
O BTG Pactual ganhou o direito de explorar comercialmente o terminal em 2022 em um contrato com 40 anos de duração. Também fechou uma transação para os naming rights do terminal.
O governo federal autorizou a assinatura do contrato para a construção do terminal pela concessionária GRU Airport, com o objetivo de desenvolver projetos privados de infraestrutura de lazer, compras e turismo que buscassem rentabilizar o fluxo de viajantes na área do aeroporto.
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Um concierge cuidará do despacho da bagagem, enquanto um carro de luxo leva o passageiro até o finger do terminal 3, acessado por um elevador. As malas são retiradas com prioridade após o pouso, dado que há uma equipe própria do terminal privativo autorizada a realizar esse serviço.
Fábio Camargo, CEO do Terminal BTG Pactual, Daniel Epstein, sócio do banco, André Kliousoff, CMO, apresentaram as instalações do terminal à imprensa e a parceiros comerciais há poucas semanas.
A inauguração em dezembro será em regime de soft opening, o que inclui algumas limitações.
As reservas serão aceitas apenas para operações de embarque internacional em voos com decolagem a partir das 17h até meia-noite, de 12 companhias aéreas. Nessa fase, a lista inclui Aeroméxico, Air France, Emirates, United, KLM, Lufthansa, Swiss, Latam, Air Europa, Air Canadá, South African e Ibéria.
Novas empresas aéreas devem ser adicionadas à lista em breve, segundo os executivos.
Em 2025, o terminal planeja ampliar a oferta dos serviços incluindo reservas para embarque doméstico, desembarque e conexões. O Ato de Alfandegamento da Receita Federal foi publicado no Diário Oficial de 22 de outubro, com a autorização para o funcionamento do terminal.
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A tarifa é fixada em dólar e convertida em real usando o câmbio do dia.
O CEO do Terminal BTG Pactual disse que o preço cobrado em Guarulhos será menor na comparação com outros terminais com modelo semelhantes em destinos como Los Angeles e Dubai.
“Vamos começar com a capacidade de operar 14 passageiros por hora”, afirmou Camargo.
Os executivos do BTG disseram que o terminal pretende funcionar como um cartão de visita do Brasil para certos turistas estrangeiros, dado que será o primeiro da América Latina a oferecer atendimento personalizado de embarque e desembarque de passageiros de aviação comercial.
Foco em viajante a negócios
Quando o terminal estiver em pleno funcionamento, os passageiros poderão realizar o embarque, o desembarque e as conexões nacionais e internacionais no local, com o apoio de um concierge que acompanhará todo o processo.
O ambiente terá salas de reunião e, futuramente, suítes para passageiros em conexão que desejam descansar antes do próximo voo.
Empresários e executivos em viagem a negócios e clientes de luxo, além de celebridades, compõem o perfil predominante do público-alvo do terminal privativo, segundo Camargo.
Esse foco orientou cada decisão sobre o funcionamento do terminal, bem como as parcerias comerciais fechadas para viabilizar o espaço. Players do turismo de luxo, como a Teresa Perez Tours, vão apresentar os serviços do terminal a seus clientes.
O projeto é assinado pelo escritório Perkins & Will, enquanto o escritório Pascali Semerdjian cuidou da frente de interiores e decoração. O terminal expõe obras de arte de curadoria da galeria Simões de Assis, com peças disponíveis para venda.
A gastronomia é da responsabilidade do chef Ivan Ralston, do Tuju, restaurante duas estrelas Michelin, que lançará um cardápio especial no início de 2025. Já a carta de drinks será assinada por Ricardo Miyazaki, do The Punch Bar, premiado bartender de São Paulo.
Os passageiros podem ainda contar com uma experiência em que o próprio Miyazaki prepara os drinks no terminal, em serviço contratado separadamente.
A Moët Hennessy dá nome a um dos lounges privativos com a marca Dom Pérignon e promete experiências, portfólio de vinhos e destilados especiais para os clientes.
Na hora do embarque ou do desembarque, o transporte entre a aeronave e o terminal será realizado com modelos da Volvo.
Outra experiência premium será oferecida pela Revo, empresa de mobilidade aérea, com transfers de helicóptero com saídas de hora em hora da Faria Lima com destino a Guarulhos, e vice-versa, em um trajeto que leva cerca de 10 minutos.
O combo de US$ 950 inclui a tarifa de acesso ao terminal e o transfer de helicóptero.
A Revo, que integra o grupo português OHI (Omni Helicopters International), cobra R$ 2.500 por assento pela rota entre Guarulhos e o heliponto Faria Lima International Plaza II, na esquina da avenida Juscelino Kubitschek com a Faria Lima.
O terminal também deve impulsionar a estratégia do BTG Pactual no mercado de cartões de crédito. Os clientes do cartão Ultrablue, recém-lançado, terão desconto permanente de 20%.
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