Adam Neumann oferece mais de US$ 500 milhões para recomprar WeWork, diz WSJ

Cofundador e ex-CEO busca retorno em momento de fragilidade financeira da empresa de coworking, da qual foi obrigado a sair em 2019 após crise e críticas sobre falhas de governança

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Bloomberg — O cofundador da WeWork Adam Neumann apresentou uma oferta para comprar a empresa em recuperação judicial por mais de US$ 500 milhões, segundo o Wall Street Journal, citando pessoas com conhecimento do assunto. Não estava imediatamente claro como Neumann financiaria a aquisição da empresa que se tornou sinônimo de espaços de escritório compartilhados, informou o jornal.

Um representante da empresa imobiliária de Neumann, a Flow, confirmou que uma oferta foi enviada, mas afirmou que excedeu o valor relatado pelo WSJ.

“Há duas semanas, uma coalizão de meia dúzia de parceiros de financiamento - cujas identidades são conhecidas pela WeWork e seus assessores - enviou uma oferta potencial por um valor substancialmente maior do que o relatado pelo Wall Street Journal”, disse o representante da Flow.

A WeWork afirmou em um comunicado por e-mail que continua focada em emergir da proteção contra credores do Chapter 11 no segundo trimestre como uma “empresa financeiramente forte e lucrativa”.

“A WeWork é uma empresa extraordinária e não é surpresa que recebamos expressões de interesse de terceiros regularmente”, disse a empresa. “Nosso conselho e nossos assessores revisam essas abordagens no curso normal, para garantir que sempre atuemos nos melhores interesses de longo prazo da empresa.”

Neumann, anteriormente CEO da WeWork, e outros investidores, incluindo a gestora Third Point, de Dan Loeb, estavam explorando uma oferta para comprar a WeWork fora do ambiente de proteção contra credores, relatou a Bloomberg News no mês passado.

Neumann e sua startup imobiliária, a Flow, estavam tentando obter informações da WeWork necessárias para formular uma oferta desde dezembro, de acordo com uma carta enviada aos advogados da empresa.

A Third Point não está envolvida na oferta de Neumann, disseram pessoas familiarizadas com o assunto, que pediram para não serem identificadas porque as informações eram privadas. Um porta-voz da empresa se recusou a comentar.

A Flow, de Neumann, recebeu um investimento de US$ 350 milhões da empresa de capital de risco Andreessen Horowitz em um valuation de US$ 1 bilhão em 2022, antes mesmo de iniciar as operações. A Flow opera propriedades residenciais no modelo multifamily que visam promover um sentimento de propriedade e comunidade.

A avaliação da WeWork despencou de um pico de US$ 47 bilhões após uma tentativa fracassada de abrir o capital por meio de um IPO em 2019, momento em que Neumann foi colocado para fora da empresa pelos principais investidores depois da revelação de falhas na operação e na governança - mas saiu com cerca de US$ 1,7 bilhão em ações e dinheiro. No ano seguinte, a pandemia de Covid-19 desferiu outro golpe para os negócios da companhia.

Embora as localidades de escritórios da WeWork inicialmente esvaziassem, a demanda por trabalho flexível mostrou-se um pouco resiliente. A empresa eventualmente abriu o capital em 2021 por meio de uma combinação com uma empresa de aquisição de propósito específico, um SPAC.

Antes de pedir proteção contra credores em novembro passado, a WeWork ensaiava uma história de reviravolta - em que a startup de coworking se transforma em uma empresa pública estável e lucrativa.

Após a pandemia, no entanto, a empresa sediada em Nova York estava “sangrando” dinheiro com aluguéis onerosos. A empresa listou US$ 19 bilhões de passivos e US$ 15 bilhões de ativos em seu pedido de concordata - equivalente à recuperação judicial - pelo Chapter 11 no ano passado.

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