Depois de CR7 e Neymar, próximo alvo da Arábia Saudita é a Champions League

Clubes sauditas gastaram US$ 650 milhões nos últimos meses para recrutar alguns dos melhores jogadores do mundo, em esforço de soft power por meio do esporte

The Union of European Football Associations' (UEFA) Champions League trophy is displayed on stage as a trailer for the FIFA 19 soccer video game is shown during an Electronic Arts Inc. (EA) Play event ahead of the E3 Electronic Entertainment Expo in Los Angeles, California, U.S., on Saturday, June 9, 2018. EA announced that it is introducing a higher-end version of its subscription game-playing service that will include new titles such as Battlefield V and the Madden NFL 19 football game. Photographer: Patrick T. Fallon/Bloomberg
Por Fahad Abuljadayel
29 de Agosto, 2023 | 06:44 PM

Bloomberg — A Arábia Saudita está interessada em discutir a possibilidade de ingressar na principal competição de clubes de futebol da Europa e do mundo, a Champions League, à medida que o reino investe centenas de milhões de dólares para atrair alguns dos melhores jogadores do mundo.

“Estamos tentando ser diferentes, então qualquer tipo de mudança de formato ou melhorias que possam ser introduzidas na liga serão bem-vindas”, disse Carlo Nohra, diretor de operações da Liga Saudita Pro (SPL), em uma entrevista à Bloomberg News.

A SPL ainda está “totalmente comprometida” em participar da Champions League da AFC, que é a principal competição de clubes da Ásia, segundo ele. Qualquer discussão sobre equipes da SPL ingressarem na Champions League da Europa, acrescentou, provavelmente seria entre a UEFA, a entidade que rege o futebol europeu, e a Federação de Futebol da Arábia Saudita.

A UEFA inclui alguns países não europeus entre seus membros, como o Cazaquistão, cujos clubes podem participar da Champions League.

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A UEFA encaminhou a Bloomberg News os comentários do Chefe de Futebol, o ex-jogador Zvonimir Boban, neste mês. Em resposta a uma reportagem que apontava a entrada de um clube saudita na Champions League em 2025, ele disse ao jornal croata Jutarnji List que isso é uma “fabricação”.

Os comentários de Nohra vieram pouco antes de a Arábia Saudita anunciar a nomeação de Roberto Mancini como treinador da seleção masculina, apenas duas semanas após o técnico vencedor da última Eurocopa ter deixado surpreendentemente o cargo de comando da seleção da Itália.

As equipes sauditas gastaram cerca de US$ 650 milhões nos últimos meses para recrutar jogadores como Karim Benzema, do Real Madrid, e Neymar, do Paris Saint-Germain.

O reino tentou atrair o argentino Lionel Messi, craque da última Copa do Mundo, com um grande pacote salarial, mas ele optou por se juntar ao Inter Miami nos Estados Unidos. Notícias recentes indicam que o clube saudita Al-Ittihad deseja comprar o astro egípcio Mohamed Salah.

O francês Kylian Mbappé, também do PSG, é outro craque que está no alvo dos sauditas.

“Estamos fazendo o que for preciso para ter esses jogadores vindo para a Arábia Saudita”, disse Nohra, que trabalhou anteriormente para a World Wrestling Entertainment. “Isso não significa que seja um orçamento ilimitado. Mas não podemos nos limitar se quisermos trazer alguns dos melhores talentos aqui. Temos que pagar os valores vigentes para trazê-los.”

Em termos de receita, a SPL ainda é pequena em comparação com as principais ligas de futebol do mundo. No entanto a aquisição de jogadores tão proeminentes destaca as grandes ambições da Arábia Saudita, à medida que busca diversificar-se do petróleo para outras áreas por meio de grandes investimentos, que vão do esporte - um meio conhecido de soft power - a novas cidades e carros elétricos.

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No último ano, a SPL se esforçou para atrair mais patrocinadores e fechar acordos de transmissão com empresas de mídia internacionais. Seus jogos agora são exibidos em cerca de 140 países, segundo Nohra, e a receita de transmissão aumentou 650% desde que o português Cristiano Ronaldo se juntou vindo do Manchester United no final do ano passado.

“Não são receitas enormes para financiar todas as atividades que temos, mas certamente é um movimento significativo”, disse ele.

O crescimento da SPL é um processo de longo prazo e não há um prazo definido para quando a liga pretende atingir o break even.

“Elevar o valor empresarial da liga e dos clubes está definitivamente no cerne do que fazemos”, disse Nohra. “Se isso transformar os clubes e a liga em um ativo investível, então teríamos alcançado o objetivo.”

-- Com a colaboração de Hugo Miller.

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