Bloomberg — Uma série de indicadores nesta semana lançará luz sobre a magnitude da desaceleração econômica na América Latina. Já a agenda dos Estados Unidos deve mostrar que o crescimento do emprego na maior economia do mundo provavelmente esfriou e os aumentos salariais se moderaram em agosto, sugerindo um arrefecimento dos riscos de inflação. Isso reduz a urgência de outra elevação da taxa de juros do Fed (Federal Reserve).
Veja a seguir 5 dos principais eventos da semana para investidores:
1. Inflação global
Na quinta-feira (31), as autoridades do Fed terão uma nova leitura de seu índice preferido de inflação - o índice de preços de gastos pessoais de consumo (PCE, na sigla em inglês). A previsão mediana aponta para um segundo aumento mensal consecutivo de 0,2% em julho no núcleo, que representaria o menor avanço consecutivo desde o final de 2020 neste indicador fundamental de inflação.
Diminuir a inflação para 2% deve exigir condições mais suaves no mercado de trabalho e um período de crescimento econômico abaixo da tendência atual, disse o presidente do Fed, Jerome Powell, na sexta-feira.
Ainda na quinta-feira, as leituras de inflação da zona do euro fornecerão dados chave antes da decisão de taxa do Banco Central Europeu em setembro.
A inflação subjacente na zona do euro provavelmente apenas diminuiu um pouco, o que pode fortalecer os argumentos para um último aumento de taxa.
2. Emprego nos EUA
O relatório de empregos dos EUA na próxima sexta-feira (1⁰) deve mostrar que os empregadores aumentaram suas folhas de pagamento em quase 170.000 em agosto, enquanto a taxa de desemprego permaneceu em um baixo histórico de 3,5%.
O aumento médio no crescimento do emprego nos últimos três meses seria o menor desde o início de 2021.
3. Desemprego na América Latina
Na próxima quinta-feira (31), Brasil, México e Colômbia divulgam os números do desemprego de julho. No mesmo dia, o Chile apresenta números para a produção industrial, manufatureira e de cobre em julho, após um relatório do PIB que mostrou que sua economia contraiu menos do que o esperado no segundo trimestre.
4. PIB no Brasil e no México
Na sexta-feira (1º), o Brasil publica os dados do PIB do segundo trimestre, que mostrarão o impacto tardio das altas taxas de juros. A maior economia da América Latina deve desacelerar acentuadamente depois de um desempenho melhor do que o esperado no primeiro trimestre de 2023.
México publica os dados finais do PIB do segundo trimestre, que devem confirmar um desempenho resiliente da segunda maior economia da região, q ue continua se beneficiando de fortes exportações para os EUA.
5. Produção industrial na Ásia
Investidores irão acompanhar os dados do PMI (índice de gerentes de compras) da China na quinta-feira (31) para medir o nervosismo na segunda maior economia do mundo e suas implicações para o restante do planeta.
Dados já mostraram que o declínio nos lucros industriais da China diminuiu em julho, embora a desaceleração da recuperação econômica e os riscos de deflação continuem a ser uma preocupação para o setor.
Também se esperam números de comércio da Coreia do Sul, Tailândia e Vietnã como uma verificação adicional do estado do comércio global.
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