Bloomberg — Para a Berkshire Hathaway de Warren Buffett, tudo segue “business as usual” após o rebaixamento da classificação de risco dos Estados Unidos pela Fitch Ratings.
“Na segunda-feira passada [24 de julho], a Berkshire comprou US$ 10 bilhões em títulos do Tesouro dos EUA. Nesta segunda-feira [31], compramos US$ 10 bilhões em títulos do Tesouro novamente. E a única pergunta para a próxima segunda-feira é se compraremos US$ 10 bilhões em títulos do Tesouro de 3 meses ou de 6 meses”, disse Buffett em entrevista à rede CNBC.
“Há coisas com as quais as pessoas não precisam se preocupar”, acrescentou. “Essa é uma delas.”
A Fitch reduziu a classificação de crédito soberano dos EUA de AAA para AA+ no início desta semana, citando o crescente déficit do país e o aumento do impasse político em torno dos esforços periódicos necessários para elevar o teto da dívida.
O momento foi oportuno: menos de 24 horas depois, o governo aumentou seus planos trimestrais de emissão de dívida pela primeira vez em dois anos e meio.
Embora os mercados tenham reagido de forma moderada após o rebaixamento, os títulos do Tesouro de longo prazo estão prestes a ter sua pior semana neste ano.
Os fatores incluem aumentos maiores do que o esperado no tamanho dos leilões a partir deste mês, o afrouxamento da política do Banco do Japão - o banco central do país - sobre os rendimentos domésticos e dados fortes de empregos nos EUA, que afetaram a demanda pela dívida americana.
Enquanto isso, os títulos do Tesouro de curto prazo, aos quais Buffett se referiu para a próxima segunda-feira (7), têm visto forte demanda à medida que os aumentos nas taxas de juros do Federal Reserve elevaram os rendimentos para os níveis mais altos em mais de uma década.
O leilão de títulos de seis meses produziu na última segunda-feira uma das métricas de demanda mais altas por parte dos investidores desde março de 2021.
A abordagem consistente de Buffett em adquirir dívida do Tesouro contrasta com a de outro investidor reconhecido no mercado.
Na quarta-feira (2) à noite, o fundador do Pershing Square Capital Management, Bill Ackman, disse que está fazendo uma aposta “significativa” contra os títulos do Tesouro de 30 anos, tanto como proteção contra o impacto das taxas de juros de longo prazo mais altas no mercado de ações quanto como uma aposta independente.
“Acontecem muitas vezes na história em que o mercado de títulos reprecifica a parte mais longa da curva em questão de semanas, e parece que este é um desses momentos”, escreveu Ackman no X, a plataforma anteriormente conhecida como Twitter.
- Com a colaboração de Carter Johnson e Alexandra Harris.
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