Bloomberg — Os mercados de ações dos EUA fecharão em 9 de janeiro, em cumprimento ao dia nacional de luto pelo ex-presidente Jimmy Carter.
A Bolsa de Valores de Nova York, as bolsas de valores da Nasdaq e a Cboe Global Markets fecharão, informaram as empresas.
O CME Group, operador dos mercados de ações e taxas de juros sediados nos EUA, ainda não havia divulgado os seus planos. O mercado de títulos fechará às 14h, horário de Nova York, de acordo com a recomendação da Securities Industry and Financial Markets Association.
Os fechamentos fazem parte de uma tradição americana de longa data, na qual as instituições financeiras suspendem as operações após a morte de um presidente.
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Carter morreu em 29 de dezembro, aos 100 anos, e foi o presidente dos EUA que viveu por mais tempo na história. O mais recente dia de luto nacional ocorreu em 5 de dezembro de 2018, para o funeral do presidente George H.W. Bush.
“A NYSE honrará respeitosamente a vida do presidente Carter à nossa nação, e fechará nossos mercados no Dia Nacional de Luto”, disse Lynn Martin, presidente do NYSE Group, em um comunicado. A NYSE também hasteará a bandeira dos Estados Unidos a meio mastro durante o período de luto, segundo o comunicado.
A tradição em suspender as negociações nas bolsas começou com o assassinato de Abraham Lincoln, em abril de 1865. A notícia da morte do 16º presidente provocou “uma sensação de horror e agonia que nenhum outro evento em nossa história jamais provocou”, relatou o New York Times. “Os negócios foram suspensos. Multidões de pessoas se aglomeraram nas ruas.”
Desde então, os mercados fecharam para comemorar o falecimento de 21 presidentes dos EUA. Carter foi o 39º presidente.
“A Bolsa de Valores de Nova York é, em muitos aspectos, o epicentro do capitalismo americano. E acho que a bolsa fecha durante períodos como esse, especialmente quando presidentes falecem, para demonstrar que o capitalismo não poderia existir sem um governo democrático”, disse Ed Yardeni, fundador de sua empresa homônima, por telefone.
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“É uma declaração maior quando você fecha por um dia, em vez de apenas realizar um momento de silêncio.”
Outras mortes também levaram a Bolsa de Valores de Nova York a fechar, inclusive as da Rainha Vitória, John Pierpont Morgan e Martin Luther King Jr. Os mercados também fecharam por causa de desastres naturais, emergências nacionais e ataques como o atentado a bomba em Wall Street em 1920 e os ataques terroristas ao World Trade Center em 11 de setembro de 2001.
Evitar o pânico era o objetivo das intervenções governamentais em 1933. Após uma série de falências de bancos na Grande Depressão, em 1º de março daquele ano, com a enxurrada de clientes na busca por trocar dólares em papel por ouro fez com que a reserva de ouro do New York Reserve Bank caísse abaixo do limite legal. O presidente Herbert Hoover se recusou a decretar um feriado nacional para evitar corridas aos bancos.
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Após consultar as autoridades do mercado e do Federal Reserve, o governador de Nova York, Herbert H. Lehman, ordenou que os bancos e os mercados de títulos do estado fossem fechados por dois dias a partir de 4 de março.
Momentos de comemoração
Não foram apenas as ocasiões sombrias que mantiveram os pregões em silêncio. Os mercados também fecharam para marcar momentos comemorativos, como o 100º aniversário do juramento de George Washington como o primeiro presidente dos EUA, em um local bem em frente à atual sede da NYSE.
Wall Street também interrompeu as negociações para marcar o fim de guerras.
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