Bloomberg — Alguns dos maiores gestores de fundos multimercado montaram posições no mercado de juros brasileiro após a turbulência provocada pela alta dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos no mês passado.
Em setembro, as taxas de juros futuros registraram um desempenho mais fraco em relação a outros ativos domésticos, e contratos com vencimento em janeiro de 2027 subiram 45 pontos-base no período.
Os rendimentos das NTN-Bs com vencimento de 3 anos avançaram 38 pontos-base, em meio a uma derrocada generalizada nos mercados emergentes, à medida que os investidores reavaliaram o cenário para as taxas de juros globais.
A Legacy Capital iniciou uma posição de valor relativo que combina a aposta em queda de taxas de juros futuros com a compra de dólar frente ao real, enquanto o fundo Verde voltou a apostar em juros reais menores no Brasil.
Há uma “significativa assimetria” em posições aplicadas em NTN-Bs, escreveu a XP Asset Management, em carta referindo-se ao seu fundo multimercado macro.
“O prêmio implícito na curva não se justifica nem mesmo frente à discussão da expansão da taxa neutra de equilíbrio na economia norte-americana”, disse o fundo.
A Vinland Capital segue apostando na queda de taxas — mas enxugou seu risco em juros. Por sua vez, a Kapitalo disse que seus fundos Kappa e Zeta mantiveram posições aplicadas tanto no Brasil como no México.
Veja o que os fundos locais disseram nas suas cartas mensais:
Absolute Investimentos
O fundo não tem exposição a juros, tanto no Brasil quanto no exterior. A reprecificação das curvas de taxas globais, juntamente com um tom mais conservador do Banco Central, levou a um aumento acentuado dos juros futuros locais.
- Absolute Vertex FIC: -0,97% em setembro
- Taxa de referência do CDI: +0,97%
Adam Capital
As posições vendidas em bolsas globais ajudaram a compensar as apostas de câmbio e em renda fixa em um mês de maior volatilidade, especialmente nos mercados brasileiros. O fundo permanece cauteloso.
- Adam Macro II FIC: +0,73%
Bahia Asset Management
O fundo disse que monitora de perto a trajetória da inflação no Brasil e os sinais do Congresso. Também está de olho nas negociações para a aprovação de medidas do governo para aumentar a arrecadação.
- Bahia AM Marau FIC FIC: estável
Genoa Capital
O ritmo atual de cortes nos juros por parte do Banco Central “parece o mais adequado” para atingir a meta de inflação e uma taxa Selic mais baixa no final do processo de flexibilização.
- Genoa Capital Radar FIC FIM: +0,60%
Ibiuna Investimentos
A Ibiuna mantém apostas menores, mais cautelosas, embora ainda construtivas no Brasil, particularmente em renda fixa.
- Ibiuna Hedge STH FIC: -1,69%
JGP Asset Management
A curva de juros sofreu uma “reprecificação significativa” em agosto. A manutenção do quadro fiscal do país será fundamental para o bom desempenho dos ativos locais.
- JGP Strategy FIC: +1,51%
Kapitalo Investimentos
A Kapitalo manteve posições que se beneficiam de juros mais baixos no México e no Brasil. A gestora reduziu posição em bolsa brasileira.
- Kapitalo Kappa FIN: +0,25%
Legacy Capital
A curva de juros foi punida mais severamente do que o real, em meio ao selloff desencadeado pelo aumento dos yields dos Treasuries, disse a Legacy. A gestora ainda mantém uma posição comprada em bolsa local.
- Legacy Capital FIC: -1,04%
SPX Capital
O vigor da economia do Brasil tem sido fortemente influenciado por fatores pontuais, como uma safra maior do que as expectativas. A SPX detém posições de valor relativo em algumas curvas de juros globais, as quais não especificou.
- SPX Nimitz: +0,50%
Verde Asset Management
O fundo reduziu uma posição comprada no real em relação ao dólar e também montou uma posição que se beneficia da queda dos juros reais no Brasil.
- Verde FIC FIM: +0,85%
Vinland Capital
A Vinland reduziu a exposição a juros no Brasil e aposta que o dólar se fortalecerá em relação ao yuan chinês. Também possui posição comprada em bolsa brasileira.
- Vinland Macro Plus FIC FIM: -1,06%
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