Verde, de Stuhlberger, reduz fatia em bolsa e monta posição vendida em dólar

Em julho, o multimercado Verde FIC FIM, carro-chefe da casa, teve ganhos de 2,24%, ante variação de 1,07% do CDI; no ano, a alta é de 7,26%

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Bloomberg Línea — Depois de ganhos de 3,3% do Ibovespa (IBOV) em julho, o fundo Verde, de Luis Stuhlberger, reduziu a alocação na bolsa brasileira para agosto. A avaliação é a de que “alguns nomes atingiam preços com menor retorno prospectivo”.

Em carta enviada aos cotistas referente ao desempenho do mês passado, a gestora destacou que também montou posição vendida (aposta na queda) no dólar contra o real – a moeda americana acumula desvalorização de 6,69% no ano em relação ao real.

Seguindo os ventos globais em julho, o mercado de capitais reabriu de maneira importante, tanto da perspectiva de dívida quanto de equity, escreveu a Verde, “melhorando as condições de financiamento de várias companhias”.

A redução da taxa Selic de 13,75% para 13,25% ao ano, anunciada pelo Banco Central na semana passada, também foi vista com bons olhos pela gestora, principalmente por causa da sinalização de um corte de mesma magnitude na próxima reunião, em setembro.

Em junho, a casa já tinha destacado “oportunidades interessantes” de alocação tanto em ações quanto em dívidas.

“Acreditamos que o processo de realocação de portfólio do investidor brasileiro deve ganhar pujança a partir de agora, ajudando a suportar os preços dos ativos locais especialmente ações e crédito”, escreveu na carta.

E completou: “Além disso, os potentes resultados da balança comercial devem continuar ancorando o real, mesmo com menos suporte marginal do diferencial de juros.”

Petróleo e inflação

Apesar de os dados econômicos globais destacarem um processo de desinflação com crescimento resiliente, a Verde ressaltou a preocupação de que a alta nos preços do petróleo pode contribuir para um aumento da inflação e dificultar ainda mais o trabalho dos bancos centrais.

Em julho, a commodity estendeu o rali e terminou o mês com ganhos de 12,4%, fechando próximo de US$ 85 por barril.

A gestora avaliou que há potencial para a alta se estender, dado que o mercado físico de petróleo está mostrando, pela primeira vez no ano, um aperto nas condições do lado da oferta.

Não deve haver, contudo, um upside substancial, destacou, dado que tais condições têm sido criadas “por um corte importante de produção da Arábia Saudita que deve ser revertido conforme nos aproximemos de US$ 100 por barril”.

Desempenho

Em julho, o multimercado Verde FIC FIM, carro-chefe da casa, teve ganhos de 2,24%, ante variação de 1,07% do CDI. No ano, a alta é de 7,26%, ante 7,64% do índice de referência.

Os maiores ganhos vieram das posições em ações no Brasil, na posição de inflação implícita brasileira, nas posições de commodities, em posição comprada no real, e no livro de juros globais.

As perdas vieram dos hedges em bolsa global, segundo informou a carta.

Para agosto, o fundo segue com uma exposição pequena vendida em bolsa global e posição comprada (aposta na alta) em inflação implícita no Brasil.

Nos Estados Unidos, a posição aplicada (à espera da queda das taxas) em juro real foi mantida, enquanto a alocação comprada em inflação implícita foi zerada.

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