Bloomberg Línea — Uma combinação de juros globais elevados e um fraco desempenho da economia chinesa pressionou os mercados emergentes em agosto e atingiu o Brasil em cheio. O Ibovespa (IBOV) encerrou o período em queda de 5%, após uma sequência de 13 pregões no vermelho no mês. Mas isso não assustou a Verde Asset, que segue construtiva com o mercado local e aproveitou a correção para ampliar sua alocação.
Em carta enviada aos cotistas referente ao multimercado Verde FIC FIM, a gestora de Luis Stuhlberger disse que o ruído local sobre o contexto fiscal “é exacerbado e tirado da sua devida proporção”. Por isso, aproveitou a piora recente para expandir sua alocação na bolsa brasileira.
“Estamos focados na resiliência do crescimento, que continua a surpreender positivamente, e nas oportunidades que aparecem por conta de deslocamentos técnicos nos mercados locais”, escreveu a gestora na carta referente ao desempenho de agosto.
Dentre as demais alocações, o fundo tem posição comprada (aposta na alta) em inflação implícita no Brasil e posição aplicada (à espera da queda das taxas) em juro real nos Estados Unidos.
Em moedas, a gestora ampliou a alocação vendida (aposta na queda) no dólar contra o real. A posição em ouro foi mantida, assim como a pequena alocação em petróleo.
Desempenho
Em agosto, o fundo Verde ficou no “zero a zero” e perdeu para o CDI, que teve variação de 1,14% no período. No acumulado do ano, o multimercado acumula alta de 7,26%, ante variação de 8,87% do benchmark.
Segundo a gestora, os principais ganhos vieram da posição de inflação implícita no Brasil, nos hedges (proteção) de bolsa global e nas posições de moedas globais. Já as perdas vieram do livro de bolsa local e das posições compradas no ouro e no real.
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