Bloomberg Línea — Após ganhos de 12,5% do Ibovespa (IBOV) em novembro, acompanhado de um rali das bolsas internacionais, o fundo Verde, de Luis Stuhlberger, aproveitou para embolsar ganhos, reduzindo sua exposição em ações tanto no Brasil quanto na parcela global.
Na renda fixa, a Verde Asset manteve a posição aplicada (à espera da queda das taxas) em juros reais no Brasil, mas voltou a diminuir as posições tomadas (que ganham com a alta nas taxas) no Japão e zerou as posições aplicadas na parte longa da curva de juros nos Estados Unidos.
No mês passado, dados mais fracos de inflação nos EUA contribuíram para apostas de que o ciclo de aperto monetário do Federal Reserve tenha chegado ao fim, levando à queda nos rendimentos dos Treasuries.
“Nossa opinião de que havia um certo exagero no movimento de juros se mostrou correta, mas daqui para frente o cenário começa a se tornar mais complexo, especialmente com relação ao crescimento americano”, escreveu a gestora, que gere cerca de R$ 25 bilhões, em carta aos cotistas.
“Até que ponto a desaceleração que vimos recentemente vai evoluir para uma recessão é a pergunta de muitos trilhões para os próximos meses.”
Dados de inflação nos Estados Unidos que serão divulgados na terça-feira (12) devem dar o tom da reunião de política monetária do Federal Reserve nesta quarta-feira (13). Mais do que a decisão em si, cuja expectativa é de manutenção das taxas, os investidores buscarão sinais sobre a trajetória dos juros no próximo ano e possível início dos cortes.
A renomada gestora de Luis Stuhlberger também voltou a ficar comprada (aposta na alta) no real contra o dólar. A avaliação é de que houve uma melhora estrutural ao longo de 2023 e que “talvez não tenha sido adequadamente percebida pela maioria dos analistas”.
Resultados recentes apontam para uma balança comercial brasileira caminhando para novos recordes à frente, escreve a Verde, e a manutenção desse novo patamar, próximo a US$ 100 bilhões (o dobro do pré-pandemia), é um fator relevante na determinação da taxa de câmbio.
“Não podemos garantir, mas não dá para descartar a hipótese de que a balança é de alguma forma antecedente de ventos ainda mais favoráveis vindos de fora, que ficarão mais evidentes quando os juros americanos começarem a cair.”
Desempenho
Em novembro, o fundo Verde FIC FIM, o carro-chefe da casa, teve o melhor resultado do ano, com ganhos de 2,91%, ante variação de 0,92% do CDI.
Os principais ganhos, segundo a gestora, vieram das posições em ações no Brasil, na fatia aplicada em juros reais, na bolsa global e nas posições de juros nos Estados Unidos e Europa.
No acumulado de 2023, o fundo avança 10,85%, ante variação de 12,04% do principal benchmark de renda fixa.
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