Bloomberg Línea — A maior volatilidade dos mercados no último mês, causada pelas altas acentuadas na curva de juros americana e pela incerteza fiscal no âmbito doméstico, teve impactos em todas as classes de ativos. Na bolsa, por exemplo, a mudança no mercado levou à queda de 2,93% do Ibovespa (IBOV). O cenário de maior cautela, contudo, contribuiu para algumas oportunidades, em especial na renda fixa. É o que avalia a Verde Asset.
Em carta aos cotistas referente ao desempenho de outubro do fundo Verde FIC FIM, a gestora de Luis Stuhlberger escreveu que as preocupações do mercado com a meta de déficit público do arcabouço para 2024 gerou oportunidades, levando a um aumento da posição aplicada (à espera da queda das taxas) em juros reais no Brasil e à redução da parcela de inflação implícita.
“A falta de estratégia do governo muitas vezes assusta, mas, como tem sido a tônica ao longo do ano, gera mais ruído do que propriamente sinal”, escreveu a gestora.
O fundo também voltou a aumentar a exposição em ações, majoritariamente na parcela global, em que os hedges (proteção) no índice americano S&P foram encerrados.
Ainda no mercado global, a casa reduziu posições tomadas (que ganham com a alta das taxas) no Japão e iniciou posições aplicadas na parte longa da curva de juros nos Estados Unidos. O fundo Verde segue com posição aplicada no juro real americano.
O multimercado também está praticamente zerado no dólar contra o real.
Desempenho
Em outubro, o fundo Verde, carro-chefe da casa, teve perdas de 0,42%, prejudicado principalmente pela exposição em ações e inflação implícita no Brasil. No período, o CDI teve variação de 1%. Já os ganhos vieram das posições em juros globais, moedas, petróleo e crédito.
No acumulado de 2023, o fundo avança 7,72%, enquanto o principal benchmark de renda fixa tem variação de 11,02%.
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