Verde Asset: contexto é positivo para ativos brasileiros apesar de ‘dose de ruídos’

Gestora de Luis Stuhlberger manteve para este mês as alocações em bolsa e aplicada em juros reais no Brasil e incluiu uma pequena posição em prefixados

Luis Stuhlberger (Verde Asset)
12 de Março, 2024 | 03:35 PM

Bloomberg Línea — Na última semana, o debate em torno dos dividendos da Petrobras (PETR3; PETR4) trouxe uma dose extra de ruído para o mercado brasileiro, contribuindo para fortes quedas das ações da petroleira e aumento de aversão ao risco.

Ao se abster de votar em uma proposta de pagamento de dividendos extraordinários apresentada por membros do conselho nomeados pelo governo, o CEO da Petrobras, Jean Paul Prates, contribuiu para uma perda de R$ 55 bilhões em valor de mercado da maior empresa de petróleo da América Latina.

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Na avaliação da Verde Asset, renomada gestora de Luis Stuhlberger, as discussões se tratam de uma “dose de ruídos” que tem sido praxe no Brasil nos últimos meses. O contexto, contudo, é positivo para a performance dos ativos brasileiros.

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“A conta corrente permanece num excelente equilíbrio, a inflação está bem comportada, as perspectivas de crescimento para o ano têm potencial melhora caso se confirme um ciclo de crédito mais robusto, e as contas fiscais no curto prazo estão em situação razoável (ressalvadas as preocupações de médio prazo)”, diz a gestora em carta aos cotistas referente ao desempenho de fevereiro.

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Para este mês, a Verde manteve no fundo multimercado de mesmo nome as alocações em bolsa, tanto no Brasil quanto no exterior.

A posição aplicada em juros reais no Brasil foi mantida e uma pequena alocação aplicada em prefixados foi adicionada, à espera da queda das taxas de juros. A casa também segue comprada (aposta na alta) no real.

Cena externa

Nos Estados Unidos, a economia e o mercado de trabalho têm se mostrado fortes, levando os formuladores de políticas monetárias a ecoarem um tom de cautela. Os diretores do Fed buscam mais evidências de que a inflação está voltando à meta antes de cortar os juros.

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“Nos parece que nos níveis atuais o mercado já retirou boa parte do prêmio de cortes que tinha na virada do ano, e acreditamos que os dados de inflação de janeiro não são um início de recrudescimento do processo inflacionário global, e sim fruto de sazonalidade específica.”

Neste contexto, a Verde, que tem cerca de R$ 24 bilhões em ativos sob gestão, tem evitado grandes alocações aplicadas em juros globais, por ainda não ver uma “grande assimetria”.

“Preferimos nos manter comprados em ações globais, dada a visão de continuidade da boa performance de crescimento de lucros, turbinados em alguns casos por todo o fenômeno de investimento em inteligência artificial.”

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Desempenho

Em fevereiro, o Verde FIC FIM teve ganhos de 0,89%, acima da variação de 0,80% do CDI.

Segundo a carta, os principais ganhos vieram das posições em moedas, em bolsa global, em inflação americana, hedges (proteções) no minério de ferro e no livro de investimentos sistemáticos.

Já as perdas vieram da exposição em juros globais e de ações brasileiras.

No acumulado de 2024, o fundo multimercado avança 0,62%, enquanto o principal benchmark de renda fixa tem variação de 1,78%.

Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.