Bloomberg — A abertura de vagas de emprego nos Estados Unidos aumentou acima do esperado em agosto, impulsionada por um aumento nas ofertas de emprego de profissionais assalariados que trabalham em escritórios, refletindo a força da demanda por trabalho.
O número de vagas disponíveis aumentou para 9,61 milhões, em comparação com uma revisão de 8,92 milhões em julho, conforme mostrou o Levantamento de Vagas de Emprego e Rotatividade de Pessoal (JOLTS, na sigla em inglês) do Bureau of Labor Statistics, divulgado na terça-feira (3). A contratação aumentou ligeiramente, enquanto as demissões permaneceram baixas.
O nível de vagas superou todas as estimativas em uma pesquisa da Bloomberg com economistas. Após a divulgação, as bolsas internacionais estenderam as perdas. O S&P500 recuava 1,15%, o Dow Jones perdia 0,95% e o Nasdaq caía 1,75% às 11h47 (horário de Brasília). Já o Ibovespa tinha perdas de 0,56% no mesmo horário.
A chamada taxa de pedidos de demissão, que mede a proporção de pessoas que deixam seus empregos voluntariamente em relação ao emprego total, permaneceu em 2,3%, igualando o menor nível desde 2020. Menos saídas indicam que os americanos têm menos confiança em sua capacidade de encontrar outro emprego no mercado atual.
O aumento nas vagas refletiu um aumento de mais de meio milhão nas áreas de serviços profissionais e empresariais, bem como mais ofertas de emprego em finanças, seguros, educação e manufatura de bens não duráveis.
A recuperação nas vagas indica como a demanda resiliente tem sustentado as necessidades de contratação. Embora uma melhora na participação da força de trabalho e aumentos salariais consistentes tenham ajudado a aliviar a escassez de trabalhadores, desafios ainda persistem.
A relação entre vagas e pessoas desempregadas pouco mudou, mantendo-se em 1,5. No seu auge em 2022, a relação era de 2 para 1.
O Federal Reserve tem observado de perto o progresso do reequilíbrio que ocorre no mercado de trabalho. Os diretores do banco central esperam que essa tendência continue, ajudando a aliviar as pressões sobre os preços.
Dados divulgados na semana passada mostraram que um indicador-chave da inflação subjacente subiu em agosto ao ritmo mensal mais lento desde o final de 2020.
Ritmo de contratação
As contratações aumentaram pela primeira vez em três meses, embora permaneçam abaixo dos níveis vistos no início deste ano.
O aumento refletiu um aumento nos setores de acomodação e serviços de alimentação. Enquanto isso, o baixo nível de demissões mostra como as empresas continuam relutantes em dispensar funcionários.
Os dados precedem o relatório mensal de empregos que será divulgado na sexta-feira (6), o qual atualmente prevê que os empregadores tenham adicionado 170.000 empregos em setembro.
A taxa de desemprego deve diminuir ligeiramente após um aumento na participação em agosto ter impulsionado a medida no período anterior.
Alguns economistas questionaram a confiabilidade das estatísticas do JOLTS devido à baixa taxa de resposta da pesquisa. Essa ceticismo foi ampliado por relatos de empregadores que “ignoram” os candidatos a emprego, o que é resultado de empresas postando vagas que na verdade não têm a intenção de preencher.
-- Com a colaboração de Augusta Saraiva e Chris Middleton.
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