Bloomberg — As ações globais que são negociadas próximas das máximas históricas caminham para uma “fase difícil” à medida que a desaceleração do crescimento econômico começa a afetar as estimativas de lucros, segundo estrategistas do UBS Group (UBS).
As previsões de ganhos significativos em um ambiente no qual o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) está estagnando é uma discrepância “muito incomum”, afirmaram os estrategistas, liderados por Andrew Garthwaite, em um relatório divulgado nesta segunda-feira (29).
Agora, eles esperam uma queda dos lucros, com as margens de lucro ameaçadas pelos aumentos dos salários e pelo impacto defasado das taxas de juros elevadas.
Impulsionado por empresas de tecnologia, o índice MSCI World, que inclui ações de mercados desenvolvidos, está quase alcançando uma máxima histórica, impulsionado pelas expectativas de cortes nas taxas de juros.
“No momento, o mercado se comporta como se dados econômicos fracos fossem bons (mais cortes nas taxas de juros, menores rendimentos dos títulos)”, escreveram os estrategistas. “Em algum momento, essa relação se inverterá.”
O UBS diz que prefere setores defensivos, como alimentos e bebidas, farmacêutico e software, nesse ambiente.
Os estrategistas do JPMorgan Chase (JPM) também adotaram um tom cauteloso em relação aos lucros, principalmente devido à fraqueza na região do euro. As estimativas de lucros das empresas do índice MSCI All-Country World têm se reduzido nas últimas semanas. Analistas têm constantemente revisado as estimativas para baixo.
Além disso, o UBS avalia que os fatores que apoiaram os ganhos das ações em 2023 estão desaparecendo este ano. Entre eles estão uma redução do excesso de poupança acumulado durante a pandemia nos EUA e um recuo nas medidas de apoio fiscal. As estimativas de lucros dos estrategistas d banco estão 5% abaixo das expectativas consensuais dos analistas.
Garthwaite, que até recentemente era estrategista global de ações no Credit Suisse, prefere ações de mercados emergentes por suas perspectivas econômicas relativamente melhores, e está pessimista em relação à Europa. Ele prefere o Reino Unido por seu “mercado defensivo anormalmente barato”.
-- Com a colaboração de Michael Msika.
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