UBS eleva recomendação da Vale para compra e cita melhora de risco-retorno

Banco de investimento prevê um upside da ordem de 19% para os ADRs da mineradora brasileira, mesmo em um contexto de desaceleração no preço do minério

Monitor mostra cotação de ADR da Vale na Bolsa de Nova York
07 de Maio, 2024 | 05:56 PM

Bloomberg Línea — O UBS elevou de “neutra” para “compra” a recomendação para os ADRs – os recibos de ações negociados em bolsas dos Estados Unidos – da Vale (VALE3), citando uma melhora da relação entre risco e retorno em especial em relação a questões ESG (ambientais, sociais e de governança).

“Embora permaneçamos preocupados com os fundamentos do minério de ferro a médio prazo e vejamos um potencial de queda no preço à vista, acreditamos que o risco-retorno geral para a Vale melhorou com o desempenho operacional forte até abril e algumas das principais preocupações ESG devem diminuir”, escreveram em relatório analistas liderados por Myles Allsop.

O banco também elevou de US$ 13 para US$ 15 o preço-alvo estimado por ação da Vale para os próximos 12 meses. O valor representa um potencial de alta (upside) de 18,8% em relação ao fechamento de segunda-feira (6).

Leia mais: Governo quer ter relação mais próxima com o futuro CEO da Vale, diz ministro

PUBLICIDADE

A avaliação é que a companhia deverá se beneficiar do aumento dos volumes e dos prêmios (de ferro/pelota) em um horizonte de um a dois anos, à medida que seus três principais projetos de crescimento se desenvolvem. “Isso compensará em grande parte o impacto dos preços mais baixos.”

O UBS espera que o minério de ferro se mantenha na casa dos US$ 110 a tonelada nos próximos 12 meses, antes de recuar para uma faixa de US$ 80 a US$ 100 à medida que a oferta aumenta.

“A Vale está posicionada para devolver relativamente mais caixa aos acionistas no futuro, com disciplina de gastos, enquanto os pares de minério de ferro buscam crescimento”, afirmam o time de análise.

Os analistas destacaram que a mineradora brasileira teve um desempenho inferior aos pares nos últimos 12 meses devido a elevadas preocupações com os riscos ESG e que, embora ainda hajam incertezas com relação à Samarco – após a rejeição da proposta de US$ 25 bilhões pelos governos federal e do Espírito Santo –, o assunto deve ser resolvido ainda no primeiro semestre.

“A administração parece confiante de que outras questões (concessão ferroviária, licenças em Sossego e Onça Puma) possam ser resolvidas nos próximos meses, e, em nossa opinião, os riscos de sucessão do CEO [Eduardo Bartolomeo] estão se moderando com o Conselho seguindo os Estatutos e sendo transparente”, escreveram os analistas do UBS.

Leia também

Vale e BHP oferecem indenização de R$ 127 bilhões por desastre em Mariana

Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.