Bloomberg Línea — O UBS elevou de “neutra” para “compra” a recomendação para os ADRs – os recibos de ações negociados em bolsas dos Estados Unidos – da Vale (VALE3), citando uma melhora da relação entre risco e retorno em especial em relação a questões ESG (ambientais, sociais e de governança).
“Embora permaneçamos preocupados com os fundamentos do minério de ferro a médio prazo e vejamos um potencial de queda no preço à vista, acreditamos que o risco-retorno geral para a Vale melhorou com o desempenho operacional forte até abril e algumas das principais preocupações ESG devem diminuir”, escreveram em relatório analistas liderados por Myles Allsop.
O banco também elevou de US$ 13 para US$ 15 o preço-alvo estimado por ação da Vale para os próximos 12 meses. O valor representa um potencial de alta (upside) de 18,8% em relação ao fechamento de segunda-feira (6).
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A avaliação é que a companhia deverá se beneficiar do aumento dos volumes e dos prêmios (de ferro/pelota) em um horizonte de um a dois anos, à medida que seus três principais projetos de crescimento se desenvolvem. “Isso compensará em grande parte o impacto dos preços mais baixos.”
O UBS espera que o minério de ferro se mantenha na casa dos US$ 110 a tonelada nos próximos 12 meses, antes de recuar para uma faixa de US$ 80 a US$ 100 à medida que a oferta aumenta.
“A Vale está posicionada para devolver relativamente mais caixa aos acionistas no futuro, com disciplina de gastos, enquanto os pares de minério de ferro buscam crescimento”, afirmam o time de análise.
Os analistas destacaram que a mineradora brasileira teve um desempenho inferior aos pares nos últimos 12 meses devido a elevadas preocupações com os riscos ESG e que, embora ainda hajam incertezas com relação à Samarco – após a rejeição da proposta de US$ 25 bilhões pelos governos federal e do Espírito Santo –, o assunto deve ser resolvido ainda no primeiro semestre.
“A administração parece confiante de que outras questões (concessão ferroviária, licenças em Sossego e Onça Puma) possam ser resolvidas nos próximos meses, e, em nossa opinião, os riscos de sucessão do CEO [Eduardo Bartolomeo] estão se moderando com o Conselho seguindo os Estatutos e sendo transparente”, escreveram os analistas do UBS.
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