Bloomberg Línea — Em novo dia de turbulência global nos mercados, o Ibovespa (IBOV) fechou em baixa de 1,31% nesta segunda-feira (7), aos 125.588 pontos. A queda acumulada nos últimos dois pregões já soma 3,27%.
A fuga dos investidores para opções mais seguras fortaleceu o dólar. A moeda americana avançou 1,29% contra o real, cotada a R$ 5,91. Na máxima, a moeda alcançou R$ 5,93.
O movimento acompanhou o desempenho do dólar frente a outras divisas. O índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de moedas fortes, avançou 0,47% .
A queda nos mercados globais ocorre após o presidente americano, Donald Trump anunciar, na última semana, um novo pacote de tarifas que atingiu todos os países que exportam para os Estados Unidos. A dimensão do pacote e a retaliação de países como a China tem preocupado investidores.
Nesta segunda-feira, Trump ameaçou impor novas tarifas de 50% à China, caso Pequim não retire a tarifa retaliatória de 34% imposta sobre os produtos americanos.
A tarifa de 50% se somaria à taxa de 34% que o presidente impôs sobre todas as importações chinesas, bem como outra de 20% que ele impôs anteriormente relacionada ao tráfico de fentanil.
Na Ásia, o índice Hang Seng, de Hong Kong, registrou baixa de 13,22%, na maior queda desde 1997, enquanto o japonês Nikkei caiu 7,83%. Na Europa, o índice europeu Stoxx 600 recuou 4,50%.
Com as fortes quedas na Ásia e na Europa, os principais índices americanos começaram o dia em forte baixa, seguida por volatilidade.
O S&P500 chegou a entrar em bear market na mínima do dia, mas arrefeceu as perdas e fechou em queda de 0,23%. Ainda assim, a oscilação intradiária de 7% do índice foi a maior desde 2020, quando a Covid-19 interrompeu o comércio global.
O Dow Jones caiu 0,91% no dia, enquanto o índice de tecnologia Nasdaq virou para alta e subiu 0,10%.
O principal temor é que a guerra comercial cause uma recessão na economia americana e, por consequência, na economia global.
Os traders já começaram, inclusive, a projetar uma resposta emergencial por parte do Fed (Federal Reserve, o banco central americano).
O mercado passou a precificar cinco cortes de juros por parte do Fed este ano após o anúncio das novas tarifas, contra apenas três cortes na semana anterior.
- Com informações da Bloomberg News.
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