Bloomberg — As big techs “arrastam” o mercado de ações em Nova York para baixo nesta quinta-feira (7), feriado no Brasil, com a Apple em queda devido à preocupação de que a China pode ampliar as restrições ao iPhone.
Os títulos de dívidas também caíram, uma vez que os números dos pedidos de seguro-desemprego divulgados pela manhã sinalizaram a resiliência do mercado de trabalho, o que reforça a necessidade de o Federal Reserve manter as taxas de juro elevadas - ou de fazer um novo aumento.
O Nasdaq 100 caía perto de 1% por volta das 14h30 (de Brasília), enquanto o S&P 500 recuava pela terceira sessão consecutiva. A Apple estendeu a queda de dois dias para 7%. As ações caíram abaixo da média móvel de 100 dias, o que é visto como um sinal de baixa por alguns analistas.
Várias agências federais da China começaram a instruir os funcionários a não levarem seus iPhones para o trabalho, disseram pessoas familiarizadas com o assunto, confirmando uma matéria anterior do Wall Street Journal.
Além disso, Pequim pretende estender essa restrição de forma muito mais ampla a uma infinidade de empresas estatais e outras organizações controladas pelo governo, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas ao discutir um assunto delicado.
“Estamos confiantes de que a Apple, que produz um grande percentual dos seus telefones na China, chegará a algum acordo. Mas isso está pesando tanto no S&P 500 quanto na Nasdaq nesta manhã”, disse Andrew Brenner, da NatAlliance Securities.
Dólar e Treasuries
Os yields dos bonds de dois anos dos Estados Unidos oscilaram perto de 5%. O dólar permaneceu pouco alterado depois de atingir uma máxima de quase seis meses no início da semana. O euro recuou, uma vez que a região quase não cresceu no segundo trimestre. O yuan onshore caiu para o nível mais baixo em 16 anos, à medida que cresce o pessimismo em relação à economia da China.
Os pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos caíram para o nível mais baixo desde fevereiro, mostrando a relutância das empresas em demitir trabalhadores. Os pedidos iniciais diminuíram em 13.000, para um total de 216.000, na semana encerrada em 2 de setembro. A previsão média em uma pesquisa da Bloomberg com economistas era de 233.000 pedidos.
“Trata-se de uma série sólida de dados de emprego que reforça a percepção de que o mercado de trabalho permanecerá resiliente por enquanto”, disse Ian Lyngen da BMO Capital Markets. “A partir daqui, o mercado permanecerá cauteloso com os fluxos relacionados ao hedge corporativo, já que eles foram o maior impulsionador da ação dos preços nas taxas dos EUA até agora, em setembro.”
Os títulos do Tesouro também enfrentarão pressão adicional, uma vez que seis potenciais emissores pretendem vender nesta quinta-feira novas obrigações com grau de investimento no mercado americano, de acordo com uma sondagem informal com bancos coordenadores de dívida.
Trinta empresas já chegaram ao mercado primário de dívida dos Estados Unidos apenas nos últimos dois dias após o feriado do Dia do Trabalho no país. O volume de emissões da semana é agora de US$ 50,58 bilhões – superando a faixa estimada de US$ 45 bilhões a US$ 50 bilhões.
Trilhões de dólares em derivativos fora do alcance das câmaras de compensação centrais enfrentam verificações mais regulares à medida que a indústria se move para responder às críticas de que foi apanhada de surpresa em episódios de volatilidade.
A Associação Internacional de Swaps e Derivativos, principal órgão do setor no mercado, quer que os traders ajustem as margens com mais frequência, a fim de amortecer as perdas caso as apostas deem errado. O Modelo de Margem Inicial Padrão, ou SIMM, passará por recalibrações semestrais em vez de anuais a partir de 2025, de acordo com a ISDA.
As participações dos gestores ativos no mês passado ficaram defensivas, de acordo com dados compilados pelo Bank of America. Os fundos hedge e os fundos ativos com estratégia de longo prazo aumentaram sua exposição a ações de serviços públicos em relação às médias históricas.
“As pessoas têm ficado na defensiva nos setores de crescimento há algum tempo”, disse Ohsung Kwon, estrategista de ações do BofA. “As pessoas estão aplicando seu capital e lentamente migrando para ações cíclicas, mas ainda aguardam a confirmação [do cenário].”
- Matéria atualizada às 14h30 com os índices de ações em Nova York.
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