Bloomberg — O CEO do Goldman Sachs, David Solomon, disse acreditar que a atividade em fusões e ofertas públicas encontrará um nível confortável, apesar da incerteza que levou à desaceleração destas operações nos bancos de investimento.
“Se o nível de incerteza aumentar a partir daqui, sim, deixaremos de ver a mesma quantidade de atividade de capital — mas as coisas se acalmarão”, disse Solomon em entrevista a Francine Lacqua, da Bloomberg TV, na terça-feira (29). “As pessoas precisam realizar transações, precisam levantar capital, precisam de liquidez para seus investimentos. Parte disso é apenas uma redefinição de expectativas.”

O executivo alertou que o atual nível de certeza nas políticas não é saudável para os mercados público e privado, nos quais sua empresa detém participações crescentes.
Na entrevista, conduzida em Oslo antes da conferência anual de investimentos do fundo soberano da Noruega, Solomon advertiu que as demissões provavelmente aumentarão, já que os executivos corporativos fazem da gestão de despesas uma prioridade fundamental para o ano.
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“As ações políticas até o momento elevaram o nível de incerteza a um patamar que não considero saudável para o investimento e o crescimento”, disse Solomon. “Enquanto converso com CEOs, com nossos clientes, eles estão adiando investimentos e certamente estão apertando o cinto.”

Embora a atividade de fusões e aquisições tenha permanecido menor do que o esperado até agora este ano, as mesas de operações dos bancos lucraram com a incerteza nos mercados públicos: os operadores de ações do Goldman Sachs registraram um trimestre recorde nos primeiros três meses deste ano, refletindo uma tendência em Wall Street.
Solomon, que se disse encorajado pelo que ouviu do Tesouro dos Estados Unidos sobre o afrouxamento da regulamentação bancária no país, também comentou sobre a regulamentação na Europa, onde um importante pacote de estímulo na Alemanha melhorou as esperanças de crescimento na região, enquanto os mercados dos EUA ficam para trás.
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O executivo financeiro disse estar esperançoso de que as autoridades em Bruxelas revertam a regulamentação que impede o crescimento coeso nos mercados de capitais e a consolidação no setor bancário.
“Definitivamente, levo comigo um senso de determinação, de entusiasmo, em realmente avançar, quebrando algumas das barreiras regulatórias que têm inibido o crescimento aqui, e isso seria bastante construtivo”, afirmou ele, referindo-se à Europa. “Mais medidas fiscais de estímulo aqui também seriam boas para o crescimento”, acrescentou Solomon.
-- Com a colaboração de Francine Lacqua.
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