Bloomberg — O Bradesco projeta que a Selic chegue em 15,25% ao ano no fim do ciclo de aperto monetário, mas ceda até 14,75% no final de 2025 e que, posteriormente, chegue a 12,25% ao ano em 2026, de acordo com relatório assinado pelo diretor de pesquisas e estudos econômicos, Fernando Honorato.
Segundo a avaliação dele, a inflação se manterá acima do teto da meta nos próximos meses.
“A depreciação cambial e o aumento dos preços dos alimentos não encontram um vetor contrário capaz de reduzir a inflação rapidamente”, disse no relatório.
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A dissipação de parte dos choques de alimentos deve ocorrer ao longo do ano, mas preços de proteínas devem seguir elevados.
A avaliação contida no relatório também apresenta a revisão da projeção do IPCA em 2025 de 5,7% para 5,6%, e em 2026 de 3,4% para 3,8%.
Honorato prevê uma alta do PIB de 1,9% e 1,5% em 2025 e 2026, respectivamente, com desaceleração não linear ao longo do ano.
Segundo ele, a liberação de FGTS a trabalhadores demitidos, o novo crédito consignado privado, a “provável” aprovação da isenção do Imposto de Renda para pessoas com renda até R$ 5.000 e o aumento de gastos dos estados “devem, em conjunto, gerar algum estímulo de crescimento, notadamente no ano que vem”
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“No entanto, sem infringir a legislação atual, o estímulo total dessas e outras medidas não deveria ser capaz de se contrapor ao efeito restritivo da política monetária.”
Para Honorato, o câmbio deve seguir volátil, ao redor dos patamares atuais. Ele revisou sua estimativa base para o câmbio para R$ 5,90.
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