Pressão salarial nos EUA pode fazer inflação ganhar força, alerta Summers

Dados do payroll divulgados nesta sexta (4) mostraram que a remuneração por hora em julho foi 4,4% maior do que no mesmo mês de 2022, em alta acima do esperado

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Bloomberg — O ex-secretário do Tesouro americano Lawrence Summers disse que, embora um cenário de soft landing da economia dos Estados Unidos pareça mais provável do que antes, sua preocupação agora é que a inflação ganhe força novamente.

“Acho que ainda não podemos ter certeza de que não veremos uma aceleração da inflação em algum momento mais para frente”, disse Summers à Bloomberg Television. “É nisso que estou focado.”

Summers falou logo após a divulgação dos dados de emprego de julho, que mostraram uma queda inesperada na taxa de desemprego dos EUA e um ganho maior do que o previsto nos salários médios por hora, juntamente com um aumento menor do que o estimado dos postos de trabalho.

Ele destacou a tendência salarial como fora de sincronia com a trajetória de inflação subjacente de 2%.

“Se você olhar para a inflação salarial, ela foi mais alta no mês do que no trimestre, e avançou mais no trimestre do que no ano”, disse Summers, professor de Harvard e colaborador da Bloomberg TV.

Enquanto a remuneração por hora em julho foi 4,4% maior do que no mesmo mês do ano anterior, ao considerar uma taxa anualizada na comparação com junho, Summers disse que o número está próximo de 5%.

Olhando para as tendências salariais e de produtividade, os dados “apontam para uma taxa de inflação subjacente na faixa de 3,5% — e pode não estar desacelerando”, disse Summers.

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