Rogério Xavier, da SPX, vê chance de BC acelerar ritmo se Fed cortar juro em março

Para o sócio fundador da gestora, condições globais podem permitir que o Copom busque levar a taxa Selic para o nível terminal do ciclo antes do esperado

Banco Central de Brasil
Por Leda Alvim
29 de Janeiro, 2024 | 07:16 PM

Bloomberg — O esperado início de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve, o Banco Central Europeu e o Banco da Inglaterra em março deverá ser um gatilho para que o Banco Central brasileiro considere acelerar o ritmo de afrouxamento do Brasil, disse Rogério Xavier, sócio fundador da SPX Capital.

Há “muito espaço” para os bancos centrais globais reduzirem as taxas nos próximos meses, segundo Xavier, convicto de que março será mês chave para o início do ciclo de cortes dos países desenvolvidos.

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“Se isso acontecer, haverá um cenário de inflação com ‘cara boa’, com [as projeções do] Focus recuando mais próximo ao centro da meta”, disse Xavier no evento Latin America Investment Conference (LAIC), organizado pelo UBS nesta segunda-feira em São Paulo. Nos EUA, a atividade econômica ‘está forte’, com inflação na meta, o que permite ao país - assim como ao Brasil - remover o excesso de aperto monetário.

Por outro lado, segundo Xavier, se a decisão de início de relaxamento monetário nos EUA for adiada para depois de março, será “difícil” para os diretores liderados por Roberto Campos Neto acelerarem o ritmo.

Os bancos centrais dos Estados Unidos e do Brasil anunciam suas respectivas decisões de política monetária nesta quarta-feira (31). A expectativa é de corte de 0,50 ponto percentual da Selic, para 11,25% ao ano, e de manutenção do juro pelo Fed na faixa de 5,25% a 5,50%.

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A desaceleração da economia chinesa, as elevadas cargas de dívida que as empresas desse país enfrentam e um setor imobiliário em dificuldades configuram os principais riscos para a economia global, disse Xavier.

“Se nós errarmos o cenário da China, erraremos tudo. Pode ser um fator de desestabilização muito forte”, afirmou o sócio da SPX Capital, alertando para um “efeito cascata” para os pares emergentes, mesmo com os bancos centrais no meio do ciclo de afrouxamento monetário.

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