CEO da Rio Tinto vê série de desafios na China, mas confia em recuperação

Presidente do conselho destacou a necessidade de urbanização contínua na China como uma fonte de demanda sustentada de minério de ferro, o que afeta rivais como a Vale

Rio Tinto vê “uma série de desafios” na China, mas confia em recuperação no médio e longo prazos
Por Sybilla Gross - Haidi Lun
10 de Julho, 2023 | 07:17 AM

Bloomberg — A mineradora Rio Tinto vê uma série de desafios econômicos de curto prazo na China, inclusive no setor imobiliário do país, mas reafirmou sua perspectiva positiva de médio e longo prazo.

“Tem sido difícil, mas acho que precisamos lembrar que eles, de fato, saíram da Covid um ano depois de nós”, disse o presidente do conselho Dominic Barton à Bloomberg Television em uma entrevista nesta segunda-feira (10). Ele acrescentou: “Também há desafios. Há uma grande questão imobiliária.”

A recuperação da China desde que a maior economia da Ásia se livrou das restrições da Covid Zero decepcionou, com a contínua fraqueza do setor imobiliário. Os números divulgados hoje mostraram que a inflação diminuiu para zero em junho, enquanto os preços de fábrica caíram ainda mais, destacando a contínua fraqueza da demanda. Isso tem sido um obstáculo para as commodities, incluindo o minério de ferro, um dos principais produtos do Rio e um dos principais geradores de lucro.

É algo que afeta também a sua concorrente brasileira, a Vale (VALE3).

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Os formuladores de políticas estavam buscando um novo equilíbrio, com uma prioridade maior para o crescimento de alta qualidade, disse Barton. “Eles querem que haja mais foco no consumidor, nos serviços, esse tipo de coisa. Mas não é fácil fazer com que isso aconteça.”

O minério de ferro caiu 13% no segundo trimestre, anulando os ganhos registrados nos primeiros três meses. Os contratos futuros de referência em Cingapura estavam 2,4% mais baixos, a US$ 105,15 por tonelada, às 12h01, em Cingapura, atingindo o menor valor de fechamento em cerca de um mês.

O cobre também caiu, com os futuros de três meses retrocedendo 0,5%, para US$ 8.328 a tonelada na Bolsa de Metais de Londres.

“A questão é que não se pode forçar os consumidores a comprar - eles comprarão quando estiverem confiantes”, disse Barton, acrescentando que as famílias chinesas estão atualmente economizando em vez de gastar. “Mas há fundamentos suficientes para nos sentirmos bem com as perspectivas à medida que avançam.”

O presidente do conselho da Rio Tinto destacou a necessidade de urbanização contínua na China como uma fonte de demanda sustentada de minério de ferro, ao mesmo tempo em que reiterou o plano de sua empresa de aumentar sua exposição ao cobre, lítio e níquel à medida que o consumo aumenta para atender às necessidades da transição energética global.

“Estamos tão escassos de cobre como seres humanos que não tem graça”, disse Barton.

- Com a colaboração de Kathleen Hays.

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