Bloomberg — As ofertas de ações, incluindo ofertas públicas iniciais (IPOs, na sigla em inglês), não devem se recuperar de sua letargia “por alguns trimestres ainda” a menos que a confiança nos negócios globais retorne, de acordo com uma análise do banco suíço UBS.
Ações, fusões e aquisições, IPOs e emissões adicionais - dependem do aumento da confiança nos negócios e das condições financeiras facilitadas, escreveram estrategistas da UBS liderados por Gerry Fowler em um relatório na segunda-feira, com base em mais de 20 anos de dados.
As negociações despencaram em 2023, com IPOs arrecadando apenas US$ 127 bilhões no mundo até agora neste ano - o mais baixo desde pelo menos 2011, mostram dados compilados pela Bloomberg.
É notável quão ampla se tornou a fraqueza recente das três categorias de ofertas corporativas, segundo os estrategistas da UBS. Embora vejam otimismo do investidor em relação a um “pouso suave” da economia, os estrategistas esperam que M&As e IPOs fiquem em espera até a conclusão de um “ciclo de trades curto e agudo”.
“O crescimento global ainda está desacelerando, e os cortes nas taxas dos bancos centrais em 2024 serão por causa da fraca demanda e não apenas da desinflação”, escreveram eles.
Os executivos do setor sofreram cortes de empregos à medida que a atividade estagnou desde que o dinheiro fácil durante a pandemia impulsionou os volumes para recordes históricos. Os bancos de Wall Street registraram seu sétimo trimestre consecutivo de declínios nas operações de investment banking nos três meses encerrados em setembro.
Houve US$ 1,9 trilhão em negociações de M&As pendentes e concluídas no acumulado do ano, mostram dados compilados pela Bloomberg. Um volume menor que isso foi visto da última vez apenas em 2013, quando as operações levantaram US$ 1,8 trilhão no mesmo período.
Mais de 50% dos grupos setoriais do MSCI estão em sua pior fase de M&A nos últimos 23 anos, segundo a UBS. Os níveis fracos estão relacionados a condições financeiras restritas, afirmaram.
As tendências de ofertas adicionais são amplamente neutras, disse a UBS. Os US$ 262 bilhões em ofertas adicionais estão apenas ligeiramente acima do total de 2022, mostram dados compilados pela Bloomberg.
Não se espera que o crescimento nos ativos do mercado privado leve a mais IPOs, pelo menos a curto prazo, já que os valuations privados subiram mais do que os públicos na última década, disse a UBS.
“Muitos gestores de fundos de private equity perceberiam que estariam cristalizando uma valoração mais baixa se trouxessem ativos para o mercado público”, acrescentaram os estrategistas.
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