Relatório JOLTS: EUA têm o menor número de vagas de emprego em 3 anos

Posições em aberto caíram para 8,49 milhões em março, ante 8,81 milhões no mês anterior, indicando um arrefecimento no mercado de trabalho há muito tempo esperado pelo Fed

Resultado foi menor do que todas as estimativas, exceto uma, em uma pesquisa da Bloomberg com economistas
Por Jarrell Dillard
01 de Maio, 2024 | 11:46 AM

Bloomberg — As vagas de emprego nos Estados Unidos caíram em março para o nível mais baixo em três anos, enquanto as demissões e contratações diminuíram, indicando um arrefecimento no mercado de trabalho.

As posições disponíveis diminuíram para 8,49 milhões ante uma leitura revisada para cima de 8,81 milhões no mês anterior, mostrou a Pesquisa de Vagas e Rotatividade de Mão de Obra, conhecida como JOLTS, divulgada nesta quarta-feira (1) pela agência de estatísticas do país.

O número foi menor do que todas as estimativas, exceto uma, em uma pesquisa da Bloomberg com economistas.

O relatório ilustra o tipo de arrefecimento no mercado de trabalho que o Federal Reserve gostaria de ver, com a demanda por trabalhadores diminuindo por meio de menos aberturas de vagas em vez de perdas de empregos.

PUBLICIDADE

A expectativa do mercado é que de o Federal Reserve deve manter as taxas de juros no nível mais alto em duas décadas ao final de sua reunião mais tarde nesta quarta-feira, na qual o foco estará nos comentários do presidente Jerome Powell por qualquer indicação sobre os cortes de taxas.

Leia também: Rogoff diz que mercados vão ‘impedir’ qualquer pressão política sobre o Fed

A chamada taxa de saída, que mede as pessoas que deixam voluntariamente seus empregos, caiu para 2,1%, o menor desde agosto de 2020.

PUBLICIDADE

Uma queda recente na métrica sugere que as pessoas estão mantendo seus cargos atuais, pois se sentem menos confiantes em sua capacidade de encontrar novos empregos e posições que possam pagar melhor.

O recuo das vagas no último mês foi concentrado principalmente na construção, bem como em finanças e seguros. Enquanto isso, as vagas aumentaram um pouco para empregos na educação estadual e local.

Um relatório separado na terça-feira (30) mostrou que um indicador dos custos trabalhistas nos EUA, acompanhado de perto pelo Fed, acelerou no primeiro trimestre mais do que o previsto, ilustrando pressões salariais persistentes que estão mantendo a inflação elevada.

A taxa de contratação caiu para 3,5%, igualando o menor desde o início da pandemia. O declínio foi amplo, liderado pelo comércio e transporte. As demissões também diminuíram, com o menor número de pessoas demitidas desde o final de 2022.

A relação entre vagas e pessoas desempregadas caiu para 1,3, igualando o menor desde agosto de 2021.

O número — ao qual os funcionários do Fed prestam muita atenção — diminuiu substancialmente ao longo do último ano. No seu pico em 2022, a relação era de 2 para 1.

O relatório mensal de emprego do governo, previsto para sexta-feira (3), deve mostrar que as contratações diminuíram, mas permaneceram fortes em abril.

PUBLICIDADE

Incluindo posições do governo, os economistas preveem que os empregadores dos EUA adicionaram 240.000 empregos, enquanto os ganhos salariais mensais e a taxa de desemprego provavelmente permaneceram estáveis.

Um relatório separado divulgado na quarta-feira pelo ADP Research Institute mostrou que os empregadores privados contrataram mais do que o previsto em abril, enquanto o crescimento salarial arrefeceu.

Alguns economistas questionaram a confiabilidade das estatísticas do JOLTS, em parte devido à baixa taxa de resposta da pesquisa.

Veja mais em Bloomberg.com