Bloomberg — A reação dos contratos futuros de petróleo ao ataque do Irã a Israel no fim de semana foi calma, já que o bombardeio foi bem sinalizado de antemão e espera-se que o conflito permaneça contido. Mas isso depende de como Israel irá reagir, segundo economistas do mercado financeiro.
Na avaliação do Citigroup (C), o petróleo pode chegar a US$ 100 em um contexto de tensões “extremamente altas” no Oriente Médio. Isso levou o banco a aumentar sua projeção de três meses para o barril de WTI em US$ 8.
“O que não está precificado no mercado atual, na nossa opinião, é um possível conflito direto contínuo entre Irã e Israel, que estimamos que poderá levar os preços do petróleo a subir até mais de US$ 100 o barril, dependendo da natureza dos eventos,” disseram analistas do banco, incluindo Max Layton.
A commodity recuava nesta segunda-feira (15), com o tipo Brent negociado a US$ 89,78 por volta das 9h40 (horário de Brasília).
Confira a seguir o que dizem outros analistas de Wall Street:
Goldman Sachs: Prêmio já no preço
“Estimamos que os preços do petróleo já refletem um prêmio de risco de US$ 5 a US$ 10 por barril devido aos riscos para a oferta”, disseram analistas do Goldman Sachs (GS), incluindo Daan Struyven, antes dos ataques do fim de semana.
“A possível resposta israelense ao ataque do Irã é altamente incerta e provavelmente determinará a extensão da ameaça para a oferta na região.”
SocGen: Envolvimento dos EUA
“Acreditamos que o risco imediato de um confronto direto foi contido – pelo menos por enquanto”, mas aumentou o risco de “uma escalada envolvendo os EUA”, disse Benjamin Hoff, chefe global de pesquisa de commodities do Société Générale.
Com o ataque do Irã, o risco de uma ação militar direta entre EUA e Irã aumentou de 5% para 15%, e os preços do barril de Brent subirão bem acima de US$ 140 se esse cenário se concretizar, disse ele.
O banco elevou sua previsão para o barril de Brent em US$ 10 ao longo do horizonte de projeção para refletir a provável persistência de um prêmio de risco geopolítico.
ING: Resposta comedida
“O mercado já havia precificado algum tipo de ataque, e os danos limitados e nenhuma perda de vidas representam um potencial de resposta mais comedida de Israel”, disseram os estrategistas Warren Paterson e Ewa Manthey, do ING. “A forma como Israel responderá é agora a principal incerteza.”
RBC: “Volta às sombras”
A resposta do governo de Israel ao ataque do Irã determinará se a situação conduzirá a uma guerra mais ampla ou se os riscos de escalada diminuirão, segundo analistas do RBC, incluindo Helima Croft. Uma retaliação israelense significativa poderia desencadear um ciclo desestabilizador, disseram.
“Neste cenário, achamos que o risco para o petróleo não é insignificante, dada a apreensão iraniana do navio no Estreito de Ormuz, que precedeu aos ataques com mísseis e drones”, disseram.
Mas “se Israel recuar ou levar a cabo uma resposta mínima, parece que o Irã poderá muito bem aproveitar a oportunidade para levar esta guerra de volta às sombras”.
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