Por que o Santander prevê que o Ibovespa pode chegar a 160 mil pontos em 2024

Para estrategistas do banco espanhol no Brasil, pior fase de crescimento de lucro por ação ficou para trás; bancos, varejo e bens de consumo estão entre setores preferidos

Santander Brasil
18 de Dezembro, 2023 | 04:10 PM
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Bloomberg Línea — Um cenário de continuidade do ciclo de corte de juros, com a Selic a 9,5% ao ano ao fim de 2024, somado a um pouso suave da economia nos Estados Unidos – levando à queda das taxas pelo Federal Reserve – pode destravar ainda mais valor para o Ibovespa (IBOV). É o que avalia o Santander Brasil (SANB11), que prevê o índice negociado aos 160 mil pontos no final de 2024.

O patamar implicaria potencial de alta da ordem de 23% em relação ao fechamento da última sexta-feira (15). O principal índice da bolsa brasileira tem alcançado recordes históricos, superando os 131 mil pontos nos últimos dias. Os ganhos chegam a 19,3% no acumulado do ano.

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“O pior [momento de] crescimento de lucro por ação ficou para trás. Após queda da ordem de 20% nas estimativas para 2023, esperamos uma recuperação dos lucros em 15% em 2024″, escrevem os estrategistas de equity research do Santander, Aline de Souza Cardoso, Luane Fontes e Guilherme Motta, em relatório divulgado nesta segunda-feira (18).

Segundo eles, apesar do rali recente, o Ibovespa ainda possui valuations atrativos, sendo negociado na média a 8x o preço sobre lucro (P/L), abaixo da média de 15 anos.

O time de estratégia em equity destaca ainda que o cenário de incerteza global evitou um desempenho ainda mais positivo que historicamente é visto três meses após o primeiro corte da Selic.

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Para 2024, o time de analistas do banco espanhol no Brasil estima crescimento de 1,2% para o Produto Interno Bruto (PIB), alta de 3,9% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e Selic de 9,5% ao ano em dezembro. Já para o câmbio, a projeção é de dólar a R$ 5,25.

Na avaliação dos estrategistas, a melhor forma para o investidor capturar o ciclo de pouso suave da economia americana - ou seja, desaceleração da inflação e da atividade sem recessão - é por meio de empresas locais, dado que uma melhoria das condições macroeconômicas globais pode ser benéfica para empresas cíclicas domésticas.

A visão é positiva para bancos, varejo e bens de consumo, utilities, construção civil e transportes. Para os setores petroquímico e de siderurgia, contudo, a visão do Santander é negativa.

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O Santander Brasil destaca ainda que é importante “observar atentamente questões idiossincráticas dentro de cada indústria, tais como o cenário regulatório para os bancos – incluindo a possibilidade de um limite máximo para as taxas de juros dos cartões rotativos e as mudanças dos Juros sobre Capital Próprio (JCP)”.

Repercussões das mudanças nos incentivos fiscais para as varejistas e o crescimento de concorrentes internacionais, bem como uma atualização do quadro regulatório do setor de utilities - de empresas que prestam serviços públicos, como as de energia - também são citados como pontos de atenção.

Nomes preferidos na bolsa

Dentre as teses preferidas na bolsa brasileira, os estrategistas do Santander Brasil chamam a atenção para nomes considerados mais resilientes que podem ganhar participação de mercado e que tendem se beneficiar do movimento de flexibilização monetária.

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É o caso de empresas com maior exposição à cena doméstica como Locaweb (LWSA3), Arezzo (ARZZ3), Renner (LREN3), Localiza (RENT3), Hapvida (HAPV3), Vivara (VIVA3) e Equatorial (EQTL3).

Os papéis se somam a outros como Mercado Livre (MELI) e as blue chips Itaú Unibanco (ITUB4), Petrobras (PETR3) e Vale (VALE3). Confira a carteira sugerida de ações do Santander para 2024:

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.