Por que este analista do Morgan Stanley vê risco para as ações do setor de consumo

Segmento acumula ganho de 26% em 2023, o dobro do avanço de 13% do S&P500; para Michael Wilson, do Morgan, a boa fase pode mudar

Consumidores
Por Farah Elbahrawy
25 de Setembro, 2023 | 11:42 AM

Bloomberg — As ações americanas do setor de consumo, um dos segmentos do S&P 500 que se saiu melhor este ano, estão em risco com a perspectiva de que os gastos das famílias não devem se sustentar, segundo o estrategista Michael Wilson, do Morgan Stanley (MS).

Os papéis de consumo discricionário dos EUA, uma categoria que inclui Amazon (AMZN) e Tesla (TSLA), ainda acumulam ganho de 26% este ano, o dobro do avanço de 13% no S&P 500. Mas o setor teve queda de mais de 6% na semana passada com a sinalização mais hawkish do Federal Reserve.

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O recuo está em linha com a visão dos economistas do Morgan Stanley de que as famílias americanas não devem conseguir sustentar os níveis elevados de gastos dos três primeiros trimestres, segundo o estrategista.

Wilson também aponta sinais técnicos de fraqueza: 44% das ações deste segmento são negociadas abaixo de sua média móvel de 200 dias.

“Essa tendência está aumentando com a desaceleração dos gastos do consumidor, a retomada dos pagamentos de empréstimos estudantis, o aumento da inadimplência em certos faixas de renda, o aumento dos preços do gás e o enfraquecimento dos dados no setor imobiliário”, disse ele.

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Consumer Stocks Outperformed Benchmark This Year | Sector sharply pulled back last week amid rate concerns

Wilson não é o único que ficou pessimista com a categoria.

Uma análise do Goldman Sachs (GS) mostra que o setor de consumo discricionário terá um desempenho inferior ao do S&P 500 em sete pontos percentuais nos próximos 12 meses.

Os analistas do Jefferies rebaixaram as varejistas Foot Locker e Urban Outfitters (URBN) e a fabricante de calçados Nike (NKE) devido às expectativas de que os consumidores americanos devem reduzir gastos.

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O Morgan Stanley recomenda equilibrar ações defensivas de crescimento, como as gigantes de tecnologia, com setores que se saem bem no final dos ciclos, como energia e indústria.

--Com a colaboração de Sagarika Jaisinghani.

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