Bloomberg Línea — As ações do Grupo Casas Bahia deixarão de ser negociadas como VIIA3 nesta terça-feira (19) e passarão a operar com o código BHIA3 no Ibovespa (IBOV) a partir da quarta-feira (20). Isso porque, na semana passada, a empresa, que era chamada de Via, teve uma mudança de nome aprovada pelos acionistas.
Na quarta-feira passada, dia 13 de setembro, a oferta subsequente da companhia saiu a um forte desconto em relação ao preço de tela, representando um baque em seu mais recente esforço para levantar recursos e reduzir dívida.
A Casas Bahia vendeu novas ações a 80 centavos cada, um desconto de 28% em relação ao preço de fechamento de quarta-feira (13), levantando cerca de R$ 623 milhões.
As ações chegaram a cair até 32%, para 76 centavos, na manhã do pregão seguinte, na quinta-feira (14), com a negociação das ações interrompida diversas vezes pela B3. Os papéis recuaram 96% desde a máxima atingida em 2020, quando dispararam em meio ao salto do comércio eletrônico impulsionado pela pandemia. O tombo, no dia, eliminou cerca de R$ 32 bilhões em valor de mercado.
Nesta terça-feira (19), os papéis recuperaram uma pequena parte das perdas e fecharam em alta de 2,74%, a R$ 0,75. Em 2023, a redução acumulada é de -67,5%. Apenas em setembro, o valor da ação varejista caiu 40,9% na bolsa.
Os investidores estão cada vez mais preocupados com a alta alavancagem da empresa e os fracos resultados operacionais.
A companhia, que trocou seu diretor-presidente no primeiro semestre do ano, registrou prejuízo de R$ 492 milhões no segundo trimestre. A Casas Bahia afirmou que usará os recursos da oferta para melhorar sua estrutura de capital.
Espera-se que os detentores de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) da Casas Bahia se reúnam logo depois que a S&P Global Ratings rebaixou a dívida local na semana passada. Os detentores desses papéis decidirão se declaram o vencimento antecipado das notas devido ao corte.
A Casas Bahia é um dos varejistas mais populares do Brasil. A rede varejista foi fundada na década de 1950 pelo imigrante polonês Samuel Klein. Seu filho e magnata do varejo Michael Klein é atual acionista e demonstrou interesse em participar da oferta.
-- Com informações de Bloomberg News
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