Barcelona, Espanha — Em um dia de escassas referências macroeconômicas, os investidores acompanham a evolução das notícias sobre política monetária, os efeitos sobre o petróleo da tensão no Mar Vermelho e investidas de destaque no setor corporativo.
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🔴 Fugindo do conflito. Os navios-tanque de gás natural liquefeito estão desviando suas rotas do Mar Vermelho, já que a violência ligada à guerra entre Israel e Hamas ameaça viagens mais longas e atrasos no fornecimento do combustível super-resfriado. Pelo menos cinco navios mudaram de rota desde sexta-feira para longe das águas da costa do Iêmen, um ponto de passagem inevitável para navios que usam o Canal de Suez, que liga a Europa à Ásia, de acordo com dados de rastreamento de navios compilados pela Bloomberg.
🇯🇵 Dúvida que persiste. As nuvens que impedem o vislumbre de taxas de juros positivas no Japão continuam no ar. O banco central japonês manteve as taxas em -0,1% e seu presidente, Kazuo Ueda, não descartou a normalização da política em nenhuma das reuniões nos próximos meses, embora tenha insistido que primeiro precisa ver mais evidências de que o BOJ atingirá sua meta de estabilidade de preços. “Não há muita probabilidade de anunciarmos repentinamente que aumentaremos as taxas com um mês de antecedência.”
Cresceu a especulação de que o banco central japonês encerrará em breve o último bastião de taxas negativas do mundo, mas os economistas veem abril como o momento mais provável para uma virada. Conforme pesquisa da Bloomberg, somente 15% de 50 economistas consultados esperam que a instituição encerre em janeiro a era das taxas abaixo de zero.
🫸🏼 “Calma, mercado”. Após o aparente pivô ‘dovish’ do Fed na semana passada, o dirigente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, e a presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, juntaram-se a um coro crescente de autoridades do banco central que buscam moderar o otimismo do mercado em relação aos cortes. O líder do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, que votará em decisões de política monetária em 2024, falará hoje. Na Europa, membros do BCE também tratam de esfriar os ânimos.
🧪 Objetivo: diversificação. A estatal Abu Dhabi National Oil se prepara para aumentar sua oferta preliminar de aquisição da Covestro, fabricante de polímeros, e fazer concessões para abrir caminho ao due diligence, segundo fontes da Bloomberg. A proposta que a Adnoc deve apresentar nos próximos dias deve ser de €60 por ação, o que avaliaria a Covestro em cerca de €11,3 bilhões.
A busca da Adnoc pela Covestro faz parte do esforço da produtora de petróleo para se diversificar além do petróleo bruto. Ela se ofereceu, também, para comprar uma participação na produtora petroquímica brasileira Braskem (BRKM5) e está dando os últimos retoques em um acordo com a austríaca OMV para criar uma empresa petroquímica avaliada em mais de €30 bilhões
💰 Levantando capital. Casino Guichard Perrachon, no Brasil dono do Pão de Açúcar (PCAR3), planeja vender hipermercados e supermercados avaliados em €1,35 bilhão para a Intermarché e a Auchan Retail, em uma tentativa de levantar dinheiro, uma vez que a operadora francesa de supermercadoss está passando por uma reestruturação de dívida. Segundo um comunicado, a transação inclui 313 lojas, que geraram vendas totais de € 3,6 bilhões em 2022.
📍 Nova punição. A Bayer foi condenada a pagar US$857 milhões a ex-alunos e pais voluntários de uma escola nos EUA, que culparam a exposição a produtos químicos perigosos da empresa por danos cerebrais e outras doenças. Um júri do estado de Washington concluiu que os níveis de bifenilos policlorados na escola, usados en luminárias fluorescentes, não eram “razoavelmente seguros” e concedeu US$73 milhões em indenizações compensatórias e US$784 milhões em indenizações punitivas a dois pais que trabalhavam como voluntários, juntamente com cinco ex-alunos. É a oitava vez que júris de Washington atestam os danos pela exposição ao químico. Foram arbitradas mais de US$1,5 bilhão em indenizações nesses casos, das quais a Bayer está recorrendo.
📈 O vaivém dos ativos. Os contratos futuros de índices dos EUA subiam discretamente. Na Europa, a maior parte das bolsas avançava, embora com variações modestas. No fechamento das bolsas da Ásia, os indicadores terminaram em direções opostas. O prêmio de risco do título de 10 anos dos EUA recuava para 3,9%. Entre as divisas, euro, libra e iene (+1,17%) se apreciavam frente ao dólar. O ouro operava no zero a zero e os contratos de petróleo bruto WTI perdiam valor. O bitcoin ganhava, situando-se perto dos US$43.000.
(Com informações de Bloomberg News)
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