Por que a Pimco renovou a aposta na recuperação dos Treasuries em 2024

Para a gestora de US$ 1,74 trilhão em ativos, os títulos soberanos dos EUA ‘raramente estiveram tão atraentes como parecem hoje’ em relação às ações

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Bloomberg — A Pimco, uma das gigantes de investimento que esperavam uma recuperação dos Treasuries americanos neste ano, renovou seu otimismo para 2024.

Os títulos soberanos americanos “raramente estiveram tão atraentes como parecem hoje” em relação às ações, disseram os gestores Erin Browne, Geraldine Sundstrom e Emmanuel Sharef.

A depreciação dos Treasuries neste ano elevou a taxa de rendimento sobre os títulos de 10 anos, de 3,3% no início de abril para mais de 5% no mês passado.

Desde então, o crescente otimismo de que o aperto monetário do Federal Reserve chegou ao fim desencadeou uma recuperação este mês, e o yield já recuou para 4,45%.

A Pimco, que tem US$ 1,74 trilhão sob gestão, esperava uma apreciação dos Treasuries — e queda dos yields — este ano por conta de uma recessão nos Estados Unidos que não aconteceu.

As perspectivas da gestora para 2024 atribuem uma probabilidade de 50% para uma recessão nos EUA, com taxa de inflação decrescente.

Os Treasuries “historicamente tendem a proporcionar retornos atrativos ajustados ao risco” quando o crescimento e a inflação atingem o pico, “enquanto as ações enfrentam mais desafios”, disseram os gestores.

Além dos EUA, Austrália, Canadá, Reino Unido e Europa são outros mercados soberanos desenvolvidos em que a Pimco espera ganhos no ano que vem.

A análise da Pimco se baseia nos yields atuais e na relação entre preço e lucros estimados das ações.

Desde 1976, os atuais níveis de rendimentos de títulos de grau de investimento têm sido seguidos por retornos de cinco anos da ordem de 5% a 7,5%, enquanto os atuais múltiplos das ações S&P 500 — ajustadas ciclicamente — estão associados com desempenho inferior de longo prazo.

“A história sugere que as ações provavelmente não permanecerão tão caras em relação aos títulos”, tornando este “um momento ideal para considerar uma exposição maior a renda fixa”, disseram os gestores. Os fundamentos das ações justificam “uma postura cautelosa e neutra”.

A Pimco espera que ações e títulos “retomem a sua correlação inversa mais típica” em 2024, em que os títulos sobem quando as ações caem e vice-versa.

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