Pimco alerta que Federal Reserve pode subir juros se inflação nos EUA aumentar

Diante da cautela com a estratégia nos EUA, gestora mantém preferência por títulos no Reino Unido, Europa, Austrália e Canadá em detrimento do Tesouro americano

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Bloomberg — A Pacific Investment Management (Pimco) alertou que o Federal Reserve (Fed) poderia voltar à postura de aumentos das taxas de juros se a inflação nos Estados Unidos aumentar, com a gestora de ativos preferindo comprar títulos em outros mercados.

A empresa sediada na Califórnia, um dos maiores investidores do mundo em renda fixa, mantém preferência por títulos no Reino Unido, Europa, Austrália e Canadá em detrimento do Tesouro dos EUA, com a avaliação de que os bancos centrais nesses locais têm mais probabilidade de adotar afrouxamento monetário este ano.

“Se a inflação começar a ressurgir, existe a possibilidade de o Fed elevar as taxas em vez de implementar cortes”, disse Mohit Mittal, diretor de investimentos em estratégias centrais da Pimco, em entrevista à Bloomberg TV.

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Mittal prevê que a inflação nos Estados Unidos encerrará o ano em torno de 3,5% – pouco alterada em relação aos níveis atuais –, mas reconhece o potencial para pressões de preços se intensificarem.

Um indicador-chave de preços dos EUA superou as previsões pelo terceiro mês consecutivo na quarta-feira (10), com o núcleo do índice de preços ao consumidor inalterado em 3,8% ano após ano.

Isso levou os traders a reduzirem drasticamente as apostas em afrouxamento da política do Fed para menos de dois aumentos de 0,25 ponto percentual até dezembro, com apenas 20% de chance do primeiro corte ocorrer em junho. No início do ano, os mercados estavam apostando em até 150 pontos-base de afrouxamento.

A Pimco mantém sua aposta nos mercados de títulos fora dos EUA, dada a probabilidade de os bancos centrais – incluindo o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) e o Banco Central Europeu (BCE) – entregarem cortes nas taxas de juros antes do Fed. Mittal diz que os gilts do Reino Unido são particularmente atraentes.

“Estamos aumentando nossa exposição aos gilts”, disse ele. “Os rendimentos são significativamente mais altos do que a taxa de crescimento nominal da economia, o que é favorável e, em detrimento dos EUA, não há déficits fiscais mais altos.”

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