Petrobras deixa grupo de maiores pagadoras de dividendos do mundo; confira ranking

Petroleira brasileira, que liderava o ranking da Janus Henderson no 2º tri de 2022, saiu do grupo após maior corte de dividendos do mundo

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Bloomberg Línea — Antes a maior pagadora de dividendos do mundo, a Petrobras (PETR3; PETR4) deixou o grupo após fazer o maior corte global de proventos no segundo trimestre, devido aos preços mais baixos de energia.

A redução dos proventos da petroleira brasileira impactou os pagamentos totais no Brasil, que caíram 53%, segundo levantamento “Global Dividend Index” da gestora britânica Janus Henderson, divulgado esta semana.

No Brasil, os dividendos anuais caíram de US$ 7,7 bilhões no segundo trimestre de 2022, para US$ 4,3 bilhões entre abril e junho deste ano, puxados para baixo principalmente pela Petrobras.

A companhia, que no trimestre anterior ocupava a primeira posição entre as maiores pagadoras, perdeu o trono para a Nestlé no levantamento mais recente.

Mas não foi só a Petrobras que cortou a distribuição de proventos no período. Os pagamentos das empresas de petróleo e gás em outras partes da América Latina também caíram, fazendo com que os dividendos totais de mercados emergentes tivessem uma queda de 0,8% em uma base subjacente em relação ao ano anterior.

No mundo, os dividendos pagos por empresas atingiram um novo recorde no segundo trimestre de 2023, totalizando US$ 568,1 bilhões. Isso representa um aumento de 4,9% em comparação com o mesmo período do ano anterior. O crescimento subjacente, após considerar dividendos extraordinários menores e outros fatores secundários, foi de 6,3%.

Segundo a Janus Henderson, 88% das empresas ao redor do mundo aumentaram os dividendos ou os mantiveram estáveis no segundo trimestre.

Os motivos para a queda de dividendos na América Latina

Enquanto no Brasil o período de abril a junho foi sazonalmente mais fraco para os dividendos, na Colômbia, a Ecopetrol foi a única pagadora, e os cortes nos dividendos ordinários e extraordinários explicaram a queda de 36% nos pagamentos subjacentes e de 63% no geral no país.

Enquanto isso, no Chile, a Empresas Copec foi a única pagadora no período, que aumentou suas distribuições, apesar da queda nos lucros.

No México, houve um crescimento subjacente de 4% nos dividendos, refletindo um aumento de 33% nos proventos do Banorte e um pequeno aumento da empresa de bebidas Femsa, que juntos compensaram o corte feito pelo Grupo México.

“Assim como em outras partes do mundo, o aumento das taxas de juros está impulsionando os lucros dos bancos nos mercados emergentes, o que se traduz em maiores dividendos para os acionistas. No geral, os bancos aumentaram suas distribuições em 50% em relação ao ano anterior, mas esse efeito positivo foi contrabalançado pelo recuo nos dividendos do setor petrolífero, principalmente no Brasil e na Colômbia”, escreve a gestora no relatório.

Destaque ainda para o banco Al Rahji, da Arábia Saudita, que foi o que mais contribuiu para o crescimento dos dividendos nos mercados emergentes, depois de ter cancelado sua distribuição em 2021 para preservar capital.

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