Bloomberg Línea — O núcleo do índice de inflação mais acompanhado pelas autoridades do Federal Reserve (Fed), o PCE (Índice de Gastos Pessoais), acelerou de 0,1% em maio para 0,2% em junho, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (26) pelo Departamento de Estatísticas dos Estados Unidos.
Na comparação anual, o núcleo ficou em 2,6%, em linha com o apresentado em maio, embora ainda esteja acima da meta de inflação do Fed de 2%.
O núcleo é considerado o indicador mais importante pelo presidente do Fed, Jerome Powell, pois exclui as categorias de preços mais voláteis de energia e alimentos.
O índice cheio, por sua vez, teve alta de 0,1% no mês passado, após ter ficado estável em maio (0,0%). Já na comparação com junho de 2023, a alta foi de 2,5%.
A Bloomberg Economics estimava um aumento de 0,16% para o núcleo em junho na comparação mensal e de 2,6% na base anual. Já para o índice cheio, as projeções eram de alta de 0,04% ante maio e de 2,4% na comparação anual.
Os contratos futuros de ações nos EUA, que subiam antes da divulgação, mantiveram a alta. O futuro do S&P 500 tinha alta de 0,85% e o Nasdaq 100 futuro avançava 1,16% por volta das 9h40 (horário de Brasília).
Política monetária
Considerado o preferido do Federal Reserve para medir o aumento dos preços, o indicador de inflação é acompanhado de perto pelo mercado financeiro, que busca pistas sobre o momento dos cortes nos juros.
No segundo trimestre, o crescimento econômico dos Estados Unidos acelerou mais do que o previsto, mostrando que a demanda tem se mantido resiliente apesar dos custos de empréstimo mais altos.
O Produto Interno Bruto (PIB) aumentou a uma taxa anualizada de 2,8%, após subir 1,4% no período anterior, segundo a estimativa inicial do governo. O principal motor de crescimento da economia – o consumo pessoal – cresceu 2,3%, também acima do esperado.
Já o núcleo do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), que desconsidera preços de itens mais voláteis como os de alimentos e energia, subiu 0,1% em junho na comparação mensal. A expectativa, segundo economistas consultados pela Bloomberg, era de avanço de 0,2% do núcleo em junho, pelo segundo mês consecutivo.
A próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) acontece nos dias 30 e 31 de julho.
Em pesquisa da Bloomberg com economistas, quase 75% dos entrevistados dizem que o banco central dos EUA usará a reunião da próxima semana para preparar o terreno para um corte de 0,25 ponto percentual na reunião de setembro. A avaliação é de que esse movimento dará início a reduções trimestrais até 2025.
-- Com informações da Bloomberg News