PCE: inflação desacelera enquanto gastos do consumidor sobem em junho

Índice de Gastos de Consumo Pessoal nos EUA, um dos preferidos do Fed, teve alta de 0,2% em junho na comparação mensal, em linha com o esperado

Indicador é o preferido do Federal Reserve em sua decisão de política monetária
28 de Julho, 2023 | 09:45 AM

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Bloomberg Línea — O Índice de Gastos de Consumo Pessoal nos Estados Unidos (PCE, na sigla em inglês), um dos principais indicadores de inflação acompanhados pelo Federal Reserve, teve alta de 0,2% em junho, segundo informou o Departamento do Comércio americano nesta sexta-feira (28).

Na comparação anual, o indicador teve alta de 3%, no ritmo mais lento em mais de dois anos. Os dados vieram em linha com o esperado por economistas consultados pela Bloomberg.

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Após a divulgação, os índices futuros de ações de Wall Street ampliaram os ganhos: o S&P 500 subia 0,65%, enquanto o Nasdaq 100 tinha alta de 1,07% por volta das 9h40 (horário de Brasília).

O núcleo do PCE, que exclui itens mais voláteis como alimentos e energia, teve alta de 0,2% ante maio e de 4,1% na comparação com junho de 2022.

Além de servir como termômetro para a atividade, o núcleo do PCE é mais um dado usado pelo mercado para calibrar apostas com relação aos próximos passos do Federal Reserve.

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Já os gastos dos consumidores ajustados pela inflação tiveram alta de 0,4% em junho – na maior alta desde janeiro.

Próximos passos

Os dados do PCE são acompanhados de perto enquanto investidores tentam estimar os próximos passos do Federal Reserve no combate à pressão inflacionária.

Nesta semana, o Fed elevou as taxas de juros em 0,25 ponto percentual, para o intervalo de 5,25% a 5,5% – o mais alto em 22 anos. O movimento era amplamente esperado pelo mercado.

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No comunicado divulgado junto com a decisão, o banco central americano repetiu que a política tem defasagem e que, assim, levará em conta o efeito cumulativo do aperto já realizado. Apesar disso, o Comitê disse que pode “ajustar o guidance da política monetária conforme apropriado caso surjam riscos que possam impedir o alcance de suas metas [de 2% ao ano]”.

Em coletiva de imprensa, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que o “staff” do banco central não prevê mais um cenário de recessão na economia americana este ano. Ele também descartou um corte de juros até dezembro, como esperado por uma parte do mercado financeiro.

A divulgação do PCE vêm após dados fortes da economia dos EUA. Ontem, o Departamento do Comércio americano divulgou que o PIB teve um impulso inesperado no segundo trimestre, com crescimento de 2,4. Economistas consultados pela Bloomberg projetavam expansão de 1,8%.

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Outros dados divulgados na quinta-feira mostraram que os pedidos de auxílio-desemprego recuaram para o nível mais baixo desde o final de fevereiro. As reivindicações contínuas, que podem oferecer informações sobre a rapidez com que os americanos desempregados conseguem encontrar um novo emprego, também diminuíram.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.