Bloomberg — O Índice de Gastos de Consumo Pessoal nos Estados Unidos (PCE, na sigla em inglês), um dos principais indicadores de inflação acompanhados pelo Federal Reserve, teve alta de 0,1% em maio, segundo informou o Departamento do Comércio americano nesta sexta-feira (30).
Na comparação anual, o indicador desacelerou para 3,8%, no menor avanço anual em mais de dois anos.
Economistas consultados pela Bloomberg estimavam alta de 0,2% para o PCE na comparação mensal e de 3,8% em 12 meses.
Após a divulgação, os índices futuros de ações de Wall Street ampliaram os ganhos: o S&P 500 subia 0,57%, enquanto o Nasdaq 100 tinha alta de 0,81% por volta das 9h45 (horário de Brasília).
O núcleo do PCE, que exclui itens mais voláteis como alimentos e energia, teve alta de 0,3% ante abril e de 4,6% na comparação com maio de 2022, em linha com o esperado pelo mercado financeiro.
Além de servir como termômetro para a atividade, o núcleo do PCE é mais um dado usado pelo mercado para calibrar apostas com relação aos próximos passos do Federal Reserve.
Os dados mais fracos da inflação e a estagnação dos gastos do consumidor sugerem que o principal motor da economia americana está começando a perder força.
De olho no Fed
Os dados são acompanhados de perto enquanto investidores tentam estimar os próximos passos do Federal Reserve no combate à pressão inflacionária. Nos últimos dias, o presidente do Fed, Jerome Powell, tem reiterado que novos aumentos serão necessários para conter o maior aumento dos preços em 40 anos.
Segundo ele, serão necessários pelo menos dois aumentos dos juros este ano para trazer a inflação de volta à meta de 2%, e agir em reuniões consecutivas de política monetária não está fora de questão, reiterou Powell em uma conferência em Madri no Banco da Espanha.
“Uma grande maioria dos participantes do comitê espera que seja apropriado elevar as taxas de juros duas ou mais vezes até o final do ano”, disse Powell na quinta-feira (29), em referência ao Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).
“As pressões inflacionárias continuam altas, e o processo de baixar a inflação para 2% ainda tem um longo caminho a percorrer.”
O Fed optou por fazer uma pausa com a taxa básica no intervalo de 5% a 5,25%, ao mesmo tempo em que sinalizou que mais dois aumentos podem ser apropriados este ano, para avaliar melhor como o estresse do setor bancário e da política monetária tem afetado a economia.
O Fed subiu os juros em ritmo acelerado no ano passado, o que incluiu quatro aumentos seguidos de 0,75 ponto percentual, em relação a quase zero em março de 2022. As autoridades começaram a diminuir o ritmo em dezembro e entregaram altas de 0,25 ponto em cada uma das três primeiras reuniões deste ano.
-- Com informações de Bloomberg Línea
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