PCE: índice de inflação preferido do Fed sobe 0,3% em janeiro, em sinal de moderação

Resultado veio em linha com o consenso de economistas consultados pela Bloomberg, e traz alívio após outros indicadores sugerirem aumento das pressões sobre os preços

Consumidores em supermercado no Arizona
Por Augusta Saraiva
28 de Fevereiro, 2025 | 11:15 AM

Bloomberg — A medida preferida do Federal Reserve para acompanhar a inflação subjacente subiu em um ritmo moderado em janeiro, trazendo algum alívio após uma série de relatórios sugerirem que as pressões sobre os preços voltaram a aumentar, enquanto os consumidores reduziram seus gastos.

O núcleo do Índice de Preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE), que exclui alimentos e energia, avançou 0,3% em relação a dezembro. Na comparação anual, o índice subiu 2,6%, igualando o menor aumento anual desde o início de 2021, segundo dados do Bureau de Análises Econômicas divulgados nesta sexta-feira (28).

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O resultado veio em linha com o consenso de economistas consultados pela Bloomberg, que projetavam aumento de 0,3% do núcleo do PCE em janeiro e de 2,6% na comparação anual.

Os gastos dos consumidores ajustados pela inflação caíram 0,5%, marcando a maior queda mensal em quase quatro anos, em meio a um inverno rigoroso após uma temporada de festas de fim de ano robusta.

O recuo acentuado nos gastos foi impulsionado por uma queda nas compras de bens duráveis e pode gerar preocupações sobre a resiliência da economia dos Estados Unidos.

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MedidaLeitura de janeiroEstimativa (consenso Bloomberg)
PCE price index (m.m.)+0,3%+0,3%
Núcleo PCE price index (m.m.)+0,3%+0,3%
PCE price index (a.a.)+2,5%+2,5%
Núcleo PCE price index (a.a.) +2,6%+2,6%
Real consumer spending (m.m.)-0,5%-0,1%

Ainda assim, o relatório de sexta-feira também traz algum alívio no cenário da inflação, após outros indicadores sugerirem que o progresso na contenção dos preços não apenas estagnou, mas pode estar se revertendo.

Autoridades do Fed indicaram que precisam ver uma desaceleração significativa da inflação antes de começarem a reduzir as taxas de juros novamente, especialmente considerando a incerteza sobre como as políticas do presidente Donald Trump afetarão os preços.

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Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos oscilaram após a divulgação do relatório, enquanto os futuros de ações e o dólar permaneceram em alta.

Os preços dos serviços essenciais — uma categoria amplamente observada que exclui habitação e energia — subiram 0,2% em relação ao mês anterior. Já os preços de bens, excluindo alimentos e energia, avançaram 0,4%, o maior aumento desde o início de 2023. Uma medida alternativa da inflação subjacente geral, que elimina preços imputados e tem sido um foco do Fed nos últimos meses, subiu 0,2%.

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