Bloomberg — A medida preferida do Federal Reserve para acompanhar a inflação subjacente subiu em um ritmo moderado em janeiro, trazendo algum alívio após uma série de relatórios sugerirem que as pressões sobre os preços voltaram a aumentar, enquanto os consumidores reduziram seus gastos.
O núcleo do Índice de Preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE), que exclui alimentos e energia, avançou 0,3% em relação a dezembro. Na comparação anual, o índice subiu 2,6%, igualando o menor aumento anual desde o início de 2021, segundo dados do Bureau de Análises Econômicas divulgados nesta sexta-feira (28).
O resultado veio em linha com o consenso de economistas consultados pela Bloomberg, que projetavam aumento de 0,3% do núcleo do PCE em janeiro e de 2,6% na comparação anual.
Os gastos dos consumidores ajustados pela inflação caíram 0,5%, marcando a maior queda mensal em quase quatro anos, em meio a um inverno rigoroso após uma temporada de festas de fim de ano robusta.
O recuo acentuado nos gastos foi impulsionado por uma queda nas compras de bens duráveis e pode gerar preocupações sobre a resiliência da economia dos Estados Unidos.
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Medida | Leitura de janeiro | Estimativa (consenso Bloomberg) |
---|---|---|
PCE price index (m.m.) | +0,3% | +0,3% |
Núcleo PCE price index (m.m.) | +0,3% | +0,3% |
PCE price index (a.a.) | +2,5% | +2,5% |
Núcleo PCE price index (a.a.) | +2,6% | +2,6% |
Real consumer spending (m.m.) | -0,5% | -0,1% |
Ainda assim, o relatório de sexta-feira também traz algum alívio no cenário da inflação, após outros indicadores sugerirem que o progresso na contenção dos preços não apenas estagnou, mas pode estar se revertendo.
Autoridades do Fed indicaram que precisam ver uma desaceleração significativa da inflação antes de começarem a reduzir as taxas de juros novamente, especialmente considerando a incerteza sobre como as políticas do presidente Donald Trump afetarão os preços.
Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos oscilaram após a divulgação do relatório, enquanto os futuros de ações e o dólar permaneceram em alta.
Os preços dos serviços essenciais — uma categoria amplamente observada que exclui habitação e energia — subiram 0,2% em relação ao mês anterior. Já os preços de bens, excluindo alimentos e energia, avançaram 0,4%, o maior aumento desde o início de 2023. Uma medida alternativa da inflação subjacente geral, que elimina preços imputados e tem sido um foco do Fed nos últimos meses, subiu 0,2%.
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