Ouro se aproxima de máxima histórica com riscos geopolíticos e Fed no radar

Metal avança quase US$ 100 nas últimas cinco sessões, impulsionado por tensões geopolíticas, expectativas de afrouxamento monetário e risco de uma queda nos mercados de ações

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Bloomberg — O ouro avança nesta terça-feira (5) e se aproxima de uma máxima histórica, à medida que a especulação sobre uma mudança de postura do Federal Reserve e os riscos geopolíticos sustentaram o rali do metal precioso.

Ao chegar aos US$ 2.127,37 a onça, o ouro subiu até 0,6%, ficando apenas um pouco abaixo do recorde alcançado em 4 de dezembro do ano passado, de US$ 2.135,39.

O ouro teve uma alta de quase US$ 100 nas últimas cinco sessões, impulsionado por uma combinação de tensões geopolíticas, expectativas de afrouxamento monetário e o risco de uma queda nos mercados de ações.

A magnitude do movimento recente surpreendeu alguns analistas do mercado, que dizem que pode ser parcialmente impulsionada pelo momentum.

O crescente risco de uma correção no mercado de ações – sinalizada pelos dados fracos da indústria dos EUA na sexta-feira (1º) – pode ter persuadido alguns investidores a saírem das ações e migrarem para o ouro, disse Ole Hansen, estrategista de commodities do Saxo Bank.

Embora o momento da mudança de postura do Fed permaneça incerto, sinais de que ela está se aproximando têm sustentado o ouro desde meados de fevereiro.

Os mercados cambiais a termo mostram quase 60% de chance de um corte nas taxas em junho, uma probabilidade maior do que no início do mês passado. As taxas de juros menores são tipicamente positivas para o metal precioso, que não oferece nenhum juro.

Essa incerteza levou alguns analistas a questionarem a sustentabilidade do recente avanço do ouro.

“Achamos que o rali é frágil”, disse Thu Lan Nguyen, chefe de pesquisa de commodities do Commerzbank. “Não ficaríamos surpresos em ver uma pequena correção para baixo nos próximos dias para realização de lucros.”

O papel do ouro como refúgio tem sido enfatizado pelos riscos geopolíticos elevados, com ataques aos navios-tanque no Mar Vermelho mostrando tensões crescentes no Oriente Médio.

Os problemas econômicos da China e a eleição presidencial nos EUA no final do ano também tornam essa uma mistura potencialmente volátil.

O ouro à vista subia 0,4% negociado a US$ 2.134 a onça às 10h15 (horário de Brasília) A prata operava de lado, enquanto o platina e o paládio caíam.

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