Bloomberg — Executivos do setor de petróleo têm visitado a Venezuela para aproveitar o alívio em parte das sanções impostas pelos Estados Unidos, mesmo com o risco de o acesso às reservas ser interrompido a qualquer momento.
Empresas como Shell, Repsol, Mol Nyrt, da Hungria, Maha Energy ,da Suécia, National Gas Company, de Trinidad e Tobago, e a empresa estatal de gás da Bolívia, YPFB, enviaram delegações a Caracas desde que os EUA suspenderam as restrições ao setor petrolífero venezuelano no mês passado, de acordo com quatro pessoas com conhecimento da situação ouvidas pela Bloomberg News.
Essas empresas buscam garantir acesso a campos de petróleo e gás, revisar contratos ou receber dívidas antigas, disseram as pessoas. Elas apostam que o governo do presidente dos EUA, Joe Biden, não cumprirá a ameaça de impor sanções novamente às empresas que operam na Venezuela.
Os EUA deram ao governo do presidente Nicolás Maduro até o final de novembro para avançar significativamente em direção a eleições justas, incluindo a definição de um processo para que candidatos desqualificados participem da votação do próximo ano.
Maduro ainda não fez isso, o que aumenta o risco da volta das sanções que imporiam restrições rígidas ao setor petrolífero da Venezuela, tornando quase impossível para perfuradores estrangeiros operarem lá.
No entanto, os EUA podem relutar em impor novamente esses controles. A revitalização do setor de petróleo da Venezuela ajuda a compensar o efeito das sanções impostas à Rússia no ano passado nos mercados de petróleo, enquanto uma economia venezuelana mais forte também ajuda a reduzir o fluxo de imigrantes para os EUA.
Nas últimas semanas, executivos estrangeiros de petróleo se reuniram com autoridades do ministério do petróleo, a empresa estatal de petróleo controlada pelo estado, a PDVSA, e o Centro Internacional de Investimento, uma entidade governamental de promoção de investimentos, disseram as pessoas.
O escopo da decisão da administração Biden de aliviar os controles por seis meses, permitindo que empresas petrolíferas operem de forma relativamente livre na Venezuela, surpreendeu muitos no setor, o que levou a uma corrida a Caracas por negociantes em potencial.
A Venezuela tem mais de 40 parcerias de petróleo com empresas estrangeiras e locais, algumas das quais suspenderam suas atividades devido ao difícil ambiente de negócios. O governo agora busca substituí-las por empresas dispostas a fazer novos investimentos e produzir.
O governo pretende atingir uma produção de um milhão de barris por dia, atualmente em torno de 750.000 barris. O país possui cerca de 300 bilhões de barris de reservas, um número maior do que a Arábia Saudita.
O governo Maduro e uma coalizão de partidos da oposição assinaram um acordo em Barbados, em outubro, que contém garantias para uma eleição presidencial mais justa em 2024, incluindo observadores estrangeiros e libertação de prisioneiros políticos.
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