Petroleiras enviam executivos à Venezuela após alívio em sanções dos EUA

Representantes de grandes empresas do setor, como a Shell, têm visitado o país em busca de garantir acesso a aos campos de petróleo e gás ou revisar contratos, segundo pessoas ouvidas pela Bloomberg News

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Por Fabiola Zerpa - Andreína Itriago
28 de Novembro, 2023 | 01:05 PM

Bloomberg — Executivos do setor de petróleo têm visitado a Venezuela para aproveitar o alívio em parte das sanções impostas pelos Estados Unidos, mesmo com o risco de o acesso às reservas ser interrompido a qualquer momento.

Empresas como Shell, Repsol, Mol Nyrt, da Hungria, Maha Energy ,da Suécia, National Gas Company, de Trinidad e Tobago, e a empresa estatal de gás da Bolívia, YPFB, enviaram delegações a Caracas desde que os EUA suspenderam as restrições ao setor petrolífero venezuelano no mês passado, de acordo com quatro pessoas com conhecimento da situação ouvidas pela Bloomberg News.

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Essas empresas buscam garantir acesso a campos de petróleo e gás, revisar contratos ou receber dívidas antigas, disseram as pessoas. Elas apostam que o governo do presidente dos EUA, Joe Biden, não cumprirá a ameaça de impor sanções novamente às empresas que operam na Venezuela.

Os EUA deram ao governo do presidente Nicolás Maduro até o final de novembro para avançar significativamente em direção a eleições justas, incluindo a definição de um processo para que candidatos desqualificados participem da votação do próximo ano.

Maduro ainda não fez isso, o que aumenta o risco da volta das sanções que imporiam restrições rígidas ao setor petrolífero da Venezuela, tornando quase impossível para perfuradores estrangeiros operarem lá.

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No entanto, os EUA podem relutar em impor novamente esses controles. A revitalização do setor de petróleo da Venezuela ajuda a compensar o efeito das sanções impostas à Rússia no ano passado nos mercados de petróleo, enquanto uma economia venezuelana mais forte também ajuda a reduzir o fluxo de imigrantes para os EUA.

Nas últimas semanas, executivos estrangeiros de petróleo se reuniram com autoridades do ministério do petróleo, a empresa estatal de petróleo controlada pelo estado, a PDVSA, e o Centro Internacional de Investimento, uma entidade governamental de promoção de investimentos, disseram as pessoas.

O escopo da decisão da administração Biden de aliviar os controles por seis meses, permitindo que empresas petrolíferas operem de forma relativamente livre na Venezuela, surpreendeu muitos no setor, o que levou a uma corrida a Caracas por negociantes em potencial.

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A Venezuela tem mais de 40 parcerias de petróleo com empresas estrangeiras e locais, algumas das quais suspenderam suas atividades devido ao difícil ambiente de negócios. O governo agora busca substituí-las por empresas dispostas a fazer novos investimentos e produzir.

O governo pretende atingir uma produção de um milhão de barris por dia, atualmente em torno de 750.000 barris. O país possui cerca de 300 bilhões de barris de reservas, um número maior do que a Arábia Saudita.

O governo Maduro e uma coalizão de partidos da oposição assinaram um acordo em Barbados, em outubro, que contém garantias para uma eleição presidencial mais justa em 2024, incluindo observadores estrangeiros e libertação de prisioneiros políticos.

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Andreína Itriago

Periodista venezolana (UCAB, Caracas) con maestría en Periodismo de Investigación, Datos y Visualización (URJC, Madrid) y postgrado en Community Manager & Social Media (UB, Barcelona). Suma quince años de experiencia en importantes medios de su país y del mundo. Más recientemente, corresponsal de EL TIEMPO. Profesora universitaria desde 2011.