Bloomberg — O Opportunity Total, fundo multimercado macro do Opportunity, enxerga espaço para se beneficiar de uma queda nas curvas de juros da América Latina, depois da correção pela qual passam os mercados de renda fixa global em função da disparada dos rendimentos dos títulos dos EUA.
O fundo mantém pequenas posições que se beneficiam da queda de taxas de juros de curto prazo no Brasil e no México, mas encerrou recentemente aposta em juros no Chile, disse Marcos Mollica, responsável pela gestão do Opportunity Total, em entrevista à Bloomberg News.
“Onde vejo alguma chance de operar é nas curvas de juros de emergentes”, disse Mollica, acrescentando que o movimento das taxas futuras no Brasil foi “muito forte”.
Segundo ele, a precificação para o ciclo total de corte da Selic refletida na curva de juros futuros brasileira “começa a entrar no nível de exagero”, com uma taxa básica acima de 10,5% projetada para meados de 2024.
Na visão de Mollica, o Banco Central tem espaço para levar a taxa básica à casa de um dígito, entre 8,5% e 9%, com aceleração do ritmo de corte mais à frente, dado o caráter benigno da inflação e a perspectiva de perda de força da atividade no ano que vem.
Dólar forte
No curto prazo, no entanto, ele acredita que o mercado pode vir a precificar uma Selic ainda mais alta, já que o mercado de juros americanos seguirá sob pressão. O Opportunity Total está posicionado para ganhar com a alta dos juros dos EUA.
Os juros que os investidores exigem para comprar títulos do Tesouro americano de 30 anos chegaram a mais de 5% pela primeira vez desde 2007 nesta quarta-feira.
“É um movimento mais persistente, ligado às apostas para a política do Fed, e que só tende a ter alívio com notícias melhores pelo lado da inflação”, disse Mollica.
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O fundo recentemente encerrou uma posição comprada em dólar contra o real, depois dos ganhos recentes da divisa americana. “Estamos monitorando esta abertura de taxas americanas. Enquanto este mercado não estabilizar, acho que o dólar vai ficar forte”, disse ele, ao mencionar que prefere ficar fora do real no momento.
A gestora também está comprada no dólar contra o euro e contra o yuan, mantém posições vendidas em bolsas na Europa e uma pequena aposta comprada em bolsa brasileira.
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