Bloomberg — Os economistas de Wall Street estão mais otimistas em relação ao crescimento econômico dos Estados Unidos, embora reconheçam que pode ser necessário manter as taxas de juros mais altas por mais tempo, em linha com as projeções recentes do Federal Reserve (Fed).
O Produto Interno Bruto (PIB) deve avançar a uma taxa anualizada de 3% no terceiro trimestre, refletindo um consumo mais forte pelos consumidores e investimentos privados, de acordo com a mais recente pesquisa mensal de economistas da Bloomberg. Isso se compara à taxa de 1,8% projetada em agosto e é seis vezes a taxa de crescimento prevista no início do trimestre.
Ao mesmo tempo, um aumento nos preços do petróleo no último mês tornará o esforço para conter a inflação ainda mais turbulento. Os entrevistados veem o índice de preços das despesas de consumo pessoal - a medida de inflação preferida pelo Fed - avançando mais rapidamente a cada trimestre até o final do próximo ano, em comparação com a pesquisa do mês passado.
No entanto, as projeções para a medida central que exclui preços de alimentos e energia permaneceram em grande parte inalteradas.
Os resultados da pesquisa seguem as projeções econômicas atualizadas do Fed, que mostraram na semana passada que os diretores do BC americano também veem um crescimento mais forte a curto prazo. Mas formuladores de políticas e economistas não veem o ímpeto durando, já que as altas taxas de juros, uma iminente paralisação (shutdown) do governo e a retomada dos pagamentos de empréstimos estudantis turvam a perspectiva.
Dois terços dos 74 economistas pesquisados pela Bloomberg enviaram suas respostas após a reunião de política do Fed na semana passada, na qual o banco central manteve as taxas de juros inalteradas, mas sinalizou a possibilidade de outro aumento. Os diretores do Fed também projetaram menos cortes nas taxas do que anteriormente previsto em 2024, o que foi refletido na pesquisa pelos economistas.
“Esperamos que uma recessão leve se desenrole” na primeira metade de 2024, disse Kathy Bostjancic, economista-chefe da Nationwide Life Insurance. “A visão do Fed de taxas mais altas por mais tempo reforça nossa previsão, já que empresas e consumidores serão cada vez mais impactados negativamente por taxas de empréstimo que permanecerão elevadas.”
Apesar de várias advertências de recessão ao longo do último ano, a economia dos EUA continua avançando. Os economistas consultados na pesquisa veem uma chance de 55% de uma recessão nos próximos 12 meses, a leitura mais baixa em um ano.
“Há riscos positivos para nossas previsões de curto prazo, dada a recente força nos gastos do consumidor e a resistência geral do mercado de trabalho”, disse Brett Ryan, economista sênior dos EUA do Deutsche Bank. “Dito isso, é provável que a economia enfrente dificuldades no próximo ano, à medida que vários obstáculos enfrentados pelo consumidor se intensificam nos próximos trimestres.”
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