Barcelona, Espanha — O ambiente de tensão desatado pelo ataque surpresa do Hamas a Israel cria nervosismo nos mercados e incita a busca por refúgios financeiros como o ouro. Entre os analistas, há muitas dúvidas sobre a duração deste conflito e seu impacto nas finanças globais. Por este motivo, os investidores estão em modo alerta, atentos aos acontecimentos geopolíticos e seu impacto sobre os ativos.
O mercado de ações dos EUA estará aberto na segunda-feira, 9 de outubro, feriado do Dia de Colombo. Como o governo federal estará fechado, o mercado de títulos do Tesouro dos EUA não funcionará nesta segunda-feira.
🛢️ Choque de oferta? Como era de se esperar, dado o protagonismo do Oriente Médio na produção de petróleo, responsável por quase um terço da oferta global, a declaração de guerra fez disparar os preços das commodity. Esta manhã, o petróleo tipo Brent chegou a subir mais de 5%, acima dos US$88 por barril, enquanto o WTI ultrapassou os US$87 no momento de maior pressão. Aos novos riscos geopolíticos somam-se os cortes da oferta da OPEP+ e o receio de que os preços elevados, além de minarem a demanda por combustíveis, respinguem na inflação e forcem a novas altas do juros.
⏸️ Incerteza no ar. Embora a maioria dos analistas acredite que os últimos acontecimentos não representem uma ameaça imediata aos fluxos de petróleo, o “modo alerta” ficará ligado. Além disso, uma escalada poderia provocar um conflito mais amplo que envolva Terrã e, possivelmente, os Estados Unidos. O Irã é um grande produtor de petróleo e apoiador do Hamas. Qualquer retaliação contra Teerã pode colocar em risco a passagem de navios pelo Estreito de Ormuz, um canal vital que o Irã já ameaçou fechar anteriormente.
Autoridades de segurança iranianas ajudaram a planejar o ataque do Hamas, informou o Wall Street Journal, citando altos membros do grupo militante e do Hezbollah. Os EUA, entretanto, disseram que estão transferindo um grupo de ataque de porta-aviões para o Mediterrâneo oriental e a aumentar os seus esquadrões de caça na região.
🏦 Apoio aos mercados. O Banco de Israel disse que venderá até US$ 30 bilhões em moeda estrangeira e estenderá até US$ 15 bilhões por meio de instrumentos de swap para apoiar os mercados. Um indicador da volatilidade do shekel deu o maior salto em mais de duas décadas, já que a moeda caiu para o nível mais baixo em sete anos. O ataque contra Israel lança uma sombra sobre as perspectivas das empresas que obtêm parte de sua receita do país, ameaçando prejudicar as ações de alguns fabricantes globais de medicamentos genéricos, fabricantes de chips, processadores de diamantes e fornecedores de serviços de software.
🤝🏻 Avanço no mercado chinês. No front corporativo, destaque para o anúncio de que o HSBC Holdings vai comprar o portfólio de gestão de patrimônio de varejo do Citigroup na China continental, aumentando sua expansão na segunda maior economia do mundo. A carteira compreende cerca de US$3,6 bilhões em ativos e depósitos de clientes em 11 grandes cidades, informou o HSBC, sem revelar os termos da transação. Espera-se que o negócio seja fechado no primeiro semestre de 2024.
📈 O vaivém dos ativos. A incerteza geopolítica faz com que o dólar subisse em relação ao euro e à libra esterlina. O iene - outro refúgio popular -, foi de mais a menos. Os contratos futuros de índices dos EUA caíam. Mesmo movimento se via entre muitas das bolsas da Europa. Na Ásia, onde o mercado chinês voltou do feriado de uma semana, mas entrou o dia festivo do Japão, predominou a queda. Em outros mercados, o prêmio de risco do título de 10 anos dos EUA era de 4,80%. O ouro avançava mais de 1% e os contratos de petróleo bruto WTI subiam com força.
(Com informações de Bloomberg News)
🟢 As bolsas na sexta-feira (06/10): Dow Jones Industrials (+0,87%), S&P 500 (+1,18%), Nasdaq Composite (+1,60%), Stoxx 600 (+0,82%), Ibovespa (+0,78%)
Os mercados apagaram as perdas e se recuperaram no final do dia, com os investidores assimilando o novo informe sobre a folha de pagamento dos EUA, com uma alta inesperada nas contratações em setembro, e debatendo a probabilidade de o Fed subir novamente os juros este ano. Os dados de emprego desta semana foram contraditórios: as vagas de emprego superaram as estimativas, enquanto a medida de emprego privado da ADP foi mais fraca do que o esperado.
→ Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados e se inscreva no After Hours, a newsletter vespertina da Bloomberg Línea com o resumo do fechamento dos mercados.
Na agenda
Esta é a agenda prevista para hoje:
• Feriado: Japão
• EUA: Índice de Tendência de Emprego/Set
• Europa: Zona do Euro (Confiança do Investidor Sentix/Out); Alemanha (Produção Industrial/Ago)
• Ásia: Japão (Transações Correntes Ajustadas/Ago)
• América Latina: Brasil (Boletim Focus); México (IPC/Set)
• Bancos centrais: Pronunciamentos de Michael Barr, Lorie Logan, Philip Jefferson (Fed) e Catherine Mann (BCE)
🗓️ Os eventos de destaque na semana →
Leia também:
Israel incorpora silenciosamente sistemas de IA em operações militares
Para o petróleo, conflito em Israel não é ‘reprise’ de 1973, mas ainda pode ser ruim