Núcleo do PCE sobe 0,2% em dezembro, em linha com as estimativas do mercado

Índice de inflação de gastos de consumo pessoal é o mais observado pelo banco central americano; resultado indica que a trajetória de inflação segue amena e pode influenciar as decisões do Fed

Pedestres nos EUA
26 de Janeiro, 2024 | 10:40 AM

Bloomberg Línea — O núcleo do índice de inflação mais acompanhado pelas autoridades do Federal Reserve (Fed), o PCE (Índice de Gastos Pessoais), teve alta de 0,2% em dezembro e encerrou o ano passado com variação acumulada de 2,9%.

A variação foi maior do que em novembro (0,1%), indicando que os preços no país seguem em ritmo moderado, o que tende a influenciar as decisões sobre os cortes de juros este ano por parte do Fed.

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O núcleo é considerado o indicador mais importante pelo presidente do Fed, Jerome Powell, pois exclui as categorias de preços consideradas mais voláteis de energia e alimentos.

Já o índice cheio também teve alta de 0,2% no mês passado. No acumulado em 12 meses, a variação foi de 2,6% para o índice geral. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (26) pelo Departamento de Estatísticas dos Estados Unidos.

Estimativa mediana em pesquisa da Bloomberg com economistas era de 0,2% na comparação mensal e de 2,6% na comparação anual. Já para o núcleo, a expectativa era de 0,2% sobre novembro e de 2,9% sobre dezembro de 2022.

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Os futuros do S&P 500 e do Nasdaq, que operavam perto da estabilidade, passaram a cair na sequência, com perdas de 0,17% e 0,47%, respectivamente, às 10h43 (horário de Brasília).

Política monetária

O indicador de inflação é acompanhado de perto pelo mercado financeiro, que busca sinais sobre a trajetória da taxa de juros nos Estados Unidos.

A divulgação ocorre antes da próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) na próxima semana, que deve definir o novo patamar da taxa de juros. Na última reunião, em dezembro, os diretores do Fed decidiram manter a taxa no intervalo entre 5,25% e 5,50% ao ano.

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Nas projeções divulgadas pela entidade, os diretores do Fed esperam uma redução de 0,75 ponto porcentual na taxa de juros até o fim de 2024, um corte maior do que o projetado em setembro.

Neste início de ano, investidores chegaram a precificar cortes mais profundos na taxa de juros americana, mas as previsões foram revisadas após autoridades do Fed darem declarações indicando que essas apostas pareciam exageradas e reforçando o compromisso da entidade de levar a inflação à meta.

-- Atualizada para incluir a reação do mercado.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.