Núcleo do PCE desacelera para 0,1% em maio e tem menor variação anual desde 2021

Número veio em linha com o esperado por economistas consultados pela Bloomberg; na comparação anual, alta foi de 2,6% no mês passado

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Bloomberg Línea — O núcleo do índice de inflação mais acompanhado pelas autoridades do Federal Reserve (Fed), o PCE (Índice de Gastos Pessoais), desacelerou para 0,1% em maio, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (28) pelo Departamento de Estatísticas dos Estados Unidos.

Na comparação anual, o núcleo recuou de 2,8% (em abril) para 2,6% no mês passado, o menor valor desde março de 2021, embora ainda esteja acima da meta de inflação do Fed de 2%.

O resultado, em linha com o esperado por economistas consultados pela Bloomberg, indica uma desaceleração dos preços, que é justamente o objetivo da política monetária do Federal Reserve, abrindo espaço para corte nos juros.

O núcleo é considerado o indicador mais importante pelo presidente do Fed, Jerome Powell, pois exclui as categorias de preços mais voláteis de energia e alimentos.

O índice cheio, por sua vez, ficou estável (0,0%) no mês passado e teve variação de 2,6% na comparação com maio de 2023, também em linha com as projeções.

A demanda doméstica até agora permaneceu resiliente, mesmo com os custos de empréstimos afetando alguns setores da economia. O relatório mostrou que os gastos ajustados pela inflação com serviços aumentaram 0,1%, impulsionados por passagens aéreas e cuidados de saúde. Os gastos com mercadorias avançaram 0,6%, liderados por software e veículos.

Os contratos futuros de ações nos EUA subiam após a divulgação. O futuro do S&P 500 tinha alta de 0,37% e o Nasdaq 100 futuro avançava 0,47% por volta das 9h40 (horário de Brasília).

Política monetária

Considerado o preferido do Federal Reserve para medir o aumento dos preços, o indicador de inflação é acompanhado de perto pelo mercado financeiro, que busca sinais sobre a trajetória da taxa de juros nos Estados Unidos.

Vários dados divulgados na quinta-feira (27) sugeriram uma desaceleração no crescimento, ligada à postura adotada pelo banco central americano de taxas de juros mais altas por um período prolongado.

Ontem, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse que continua a esperar uma redução de taxa este ano, em meio a sinais de que a inflação retomou sua queda. No início deste mês, os membros do Fed indicaram apenas uma redução de taxa para 2024.

Os mercados de swap estão precificando cerca de 45 pontos base de afrouxamento em 2024, o que equivaleria a menos de dois cortes.

No início do mês, outro dado de inflação também acompanhado pelo Fed, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), mostrou alta de 0,3% em maio, acima do 0,1% esperado pelo mercado. Já o núcleo do CPI ficou em 0,2%, abaixo da alta de 0,3% esperada no mês.

A próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) acontece nos dias 30 e 31 de julho.

-- Com informações da Bloomberg News