Bloomberg — O principal indicador de inflação preferido do Federal Reserve acelerou em outubro em relação ao ano anterior, justificando a postura mais cautelosa dos formuladores de política monetária para reduzir a taxa de juros.
O núcleo do chamado Índice de Preços de Gastos com Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês), que exclui itens voláteis como alimentos e energia, subiu 0,3% em relação ao mês anterior, de acordo com dados do Bureau of Economic Analysis divulgados nesta quarta-feira. Na comparação com outubro do ano passado, o aumento foi de 2,8%. O resultado anual ficou acima da alta de 2,7% registrada em setembro.
O consumo real ajustado pela inflação aumentou 0,1%, após uma revisão para cima de 0,5% em setembro, consistente com uma demanda desigual ao longo do ano.
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Em uma base anualizada de três meses — uma métrica que economistas consideram fornecer uma visão mais precisa da trajetória da inflação — o núcleo do índice PCE avançou 2,8%.
Os dados dão suporte aos comentários recentes de muitos dirigentes do Fed de que não há pressa para cortar a taxa de juros enquanto o mercado de trabalho permanecer saudável e a economia continuar avançando.
Embora a inflação esteja demorando para recuar à meta de 2% do Fed, o caminho da política monetária será dificultado pela agenda econômica do presidente eleito Donald Trump.
A empresa Stanley Black & Decker, por exemplo, já declarou estar considerando aumentar os preços no início do próximo ano, antecipando tarifas mais altas.
O aumento na inflação foi impulsionado pelos preços de serviços. O núcleo dos preços de serviços — que excluem habitação e energia, uma categoria monitorada de perto pelo Fed — subiram 0,4% em relação ao mês anterior, o maior aumento desde março. Já os preços de bens núcleo permaneceram estáveis.
Os dados do PCE são publicados após uma série de outros relatórios econômicos divulgados antes do feriado de Ação de Graças, nesta quinta-feira (28).
Um relatório separado do governo, também divulgado na quarta-feira, mostrou que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 2,8% no terceiro trimestre, sem revisões, impulsionado por avanços sólidos nos gastos de famílias e empresas.
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