Netflix corta plano mais barato, em estratégia para fortalecer opção com anúncio

Plano de US$ 9,99 deixa de existir nos EUA e no Reino Unido, para reforçar apelo da opção de US$ 6,99 com anúncios. Mudança já tinha sido adotadaa no Canadá

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Bloomberg — A Netflix (NFLX), que divulga os resultados financeiros do segundo trimestre nesta quarta-feira após o fechamento dos mercados nos EUA, deixou de oferecer seu plano de menor preço e sem anúncios dentro do país e no Reino Unido - dois de seus principais mercados no mundo.

A mudança significa que clientes novos ou que voltem a assinar não podem mais se inscrever no serviço básico sem anúncios de US$ 9,99 por mês. Os assinantes que possuem esse plano podem continuar com ele, disse a empresa. No Canadá, a empresa já tinha feito a mudança na estratégia.

A mudança vai empurrar os consumidores em uma das duas direções. Os compradores preocupados com os custos terão maior probabilidade de escolher o plano mais barato com comerciais, enquanto as pessoas que desejam assistir sem anúncios terão que escolher um plano mais caro.

O plano sem anúncios mais barato agora custa US$ 15,49 por mês nos EUA (£ 10,99 no Reino Unido), de acordo com uma postagem no site da empresa. O plano padrão com publicidade custa US$ 6,99 (£ 4,99) mensais e o plano premium, que permite mais usuários e oferece definição ultra-alta, é de US$ 19,99 (£ 15,99).

A Netflix busca uma estratégia dupla para acelerar o crescimento da receita: oferecer aos novos clientes um nível que inclui publicidade e reprimir o compartilhamento de senhas, incentivando os usuários a comprar uma assinatura adicional para amigos ou familiares que usam suas contas.

No Brasil, o plano básico sem anúncios continua disponível para assinantes, a R$ 25,90 por mês. A modalidade é uma opção intermediária entre a versão com anúncios, que custa R$ 18,90, e a standard, com valor de R$ 33,90. A opção também segue à disposição de usuários nos EUA.

Novas fontes de receita

A decisão de encerrar a oferta do plano básico sem anúncio ocorre no momento em que a Netflix busca novas formas de elevar as receitas depois que o crescimento do número de assinantes perdeu força. No ano passado, a empresa passou a oferecer um plano mais barato com publicidade como uma forma de atrair novos usuários.

O número global de assinantes da Netflix subiu de 182,86 milhões no primeiro trimestre de 2020 para 222,2 milhões no quatro trimestre de 2021, mas, desde então, tem crescido de forma mais lenta. A empresa informou que tinha 232,5 milhões de assinantes no primeiro trimestre deste ano.

O rápido crescimento entre 2020 e 2021 coincidiu com os dois primeiros anos da pandemia, quando boa parte da população mundial evitava frequentar locais de aglomeração para se proteger do contágio por covid-19. Com o avanço da vacinação e a redução do número de casos, as pessoas voltaram a ir a encontros sociais e o número de novos assinantes da Netflix desacelerou.

O faturamento da Netflix também perdeu força. No primeiro trimestre, a empresa teve receitas de US$ 8,16 bilhões, um aumento de 3,74% sobre o mesmo período de 2022.

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