Negócios de M&A e IPOs encolhem em US$ 1 trilhão no mundo no primeiro semestre

Além da hesitação das empresas em comprar rivais, gigantes de private equity também recuam devido à falta de financiamento barato

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Bloomberg — Os negócios globais de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) e de abertura de capital encolheram em US$ 1 trilhão nos primeiros seis meses de 2023, em um dos piores semestres em uma década.

O movimento de forte queda na comparação anual foi marcado por um período em que pressões inflacionárias, restrições de financiamento e tensões geopolíticas prejudicaram a atividade em todas as regiões e setores.

E com a tradicional calmaria de verão no hemisfério norte se aproximando e temores de uma recessão, os próximos seis meses podem continuar fracos para a receita de comissões dos bancos de Wall Street, que já estão cortando bônus e empregos em resposta à queda.

“Os negócios estão sendo adiados”, disse Dominic Lester, chefe de banco de investimento para a Europa, Oriente Médio e África no Jefferies.

“Os conselhos estão tendo dificuldade em avaliar ativos e, portanto, demoram mais para se comprometerem com as transações.”

Os volumes de negócios caíram 42% em relação ao ano anterior, para US$ 1,3 trilhão, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

Excluindo o impacto da pandemia em 2020, esse é o menor total de primeiro semestre em uma década e abaixo da média do período.

Além da hesitação das empresas em comprar rivais, as gigantes de private equity também recuam devido à falta de financiamento barato e desentendimentos com os vendedores sobre preço.

“Muitos bancos de investimento restringiram sua capacidade de fornecer financiamento, e fontes alternativas de financiamento são bem mais caras”, disse Lester.

E mesmo compradores com motivos estratégicos para ir adiante esbarram nas complicações de intervenções governamentais crescentes.

Nas últimas seis semanas, dezenas de bilhões de dólares em negócios estagnaram ou caíram, desde a proposta de fusão de US$ 10 bilhões das operadoras de satélite SES e Intelsat até a oferta de US$ 7 bilhões do Citigroup (C) por sua unidade mexicana.

Outros acordos pendentes, incluindo os US$ 69 bilhões oferecidos pela Microsoft (MSFT) pela fabricante de jogos Activision Blizzard, correm o risco de serem derrubados pelas autoridades antitruste.

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