Bloomberg — As autoridades turcas detiveram o principal rival político do presidente Recep Tayyip Erdogan por acusações de corrupção e, mais tarde, intervieram fortemente no mercado de câmbio para conter a pior liquidação que o mercado do país vivenciou em anos.
O prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, o político turco mais popular e que um dia poderá desafiar o governo do presidente, foi preso nesta quarta-feira (19), gerando protestos de membros de partidos de oposição.
O ministro do Tesouro e das Finanças, Mehmet Simsek, agiu para tranquilizar os investidores, dizendo que a política econômica do governo permanece inalterada.
“O programa econômico que estamos implementando continua de forma determinada”, disse o ministro em um comentário na rede social X (ex-Twitter).
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As autoridades disseram que até US$ 9 bilhões foram gastos em menos de um dia para dar suporte à lira, que mostrou alguns sinais de estabilização depois de despencar mais de 10% mais cedo, já que os investidores apostam que o risco de uma reversão nas políticas econômicas permanece limitado.
Imamoglu, que já derrotou os candidatos escolhidos a dedo por Erdogan em eleições municipais duas vezes nos últimos seis anos, disse que a força policial estava sendo armada para dar um fim prematuro à sua carreira política.
Ele estava pronto para ser nomeado pelo principal partido de oposição, CHP, no domingo como seu candidato presidencial.
A detenção do prefeito destaca uma campanha cada vez mais agressiva que Erdogan está travando contra os críticos para silenciar a dissidência.
Ele também precisa ampliar sua base de apoio no parlamento para ter uma chance de concorrer ao cargo novamente após atingir o limite constitucional de dois mandatos.
A investigação contra seu desafiante mais formidável serve como um lembrete severo dos riscos envolvidos em investir na Turquia, onde os ativos registraram os maiores declínios em todo o mundo.
A próxima eleição presidencial está oficialmente marcada para 2028. Para ter uma chance de estender suas mais de duas décadas no poder — como primeiro-ministro e depois presidente — Erdogan precisaria garantir apoio parlamentar suficiente para alterar a constituição ou convocar uma eleição antecipada.
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