Bloomberg — Pela primeira vez em seis anos, um analista do Morgan Stanley (MS) abandonou a visão positiva sobre a LVMH. Edouard Aubin rebaixou a gigante de bens de luxo para “manter”, equivalente a neutro, nesta sexta-feira (1º), preocupado com a demanda enfraquecida no setor, após recomendação de “compra” feita em janeiro de 2018. Ao mesmo tempo, ele reduziu seu preço alvo para 790 euros, ante 860. As ações caíram até 1,9% em Paris.
Embora o novo preço-alvo de Aubin ainda veja as ações da LVMH subindo 12% nos próximos 12 meses, ela está muito abaixo da meta consensual de 842 euros, segundo dados compilados pela Bloomberg. A LVMH tem 27 recomendações de compra, nove de manutenção e nenhuma de venda.
“Esperamos que as ações permaneçam laterais nos próximos meses, dada a provável deterioração adicional na demanda geral do setor no quarto trimestre, bem como um provável início difícil de 2024 para a LVMH”, escreveu Aubin em uma nota.
Ele acrescentou que vê um risco aumentado tanto para a empresa quanto para a indústria como um todo devido à maior dependência do grupo aos gastos na China.
O cenário está ficando sombrio para os fabricantes de artigos de luxo da Europa, à medida que as taxas de juros mais altas e a inflação pressionam os orçamentos dos consumidores.
A LVMH, o maior grupo de luxo do mundo, relatou um crescimento de vendas mais fraco no terceiro trimestre, uma história semelhante à vista em pares como a Kering, proprietária da Gucci, e a fabricante de relógios de alta qualidade Richemont.
A perspectiva menos otimista está dando aos analistas motivo para cautela. No início da semana, o HSBC cortou as metas de preço em todo o setor, dizendo que as ações de luxo europeias não são à prova de recessão, enquanto o UBS (UBS) rebaixou recentemente a LVMH para neutra devido à perspectiva de que seu desempenho superior irá diminuir.
Essa cautela tem se refletido nas ações, com a LVMH recuando 23% em relação ao recorde de abril e subindo apenas 2,5% no ano.
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