Moody’s alerta sobre o risco de a dívida da França piorar com o impasse político

Agência de classificação de risco diz que pode rebaixar a perspectiva do país caso haja deterioração do desempenho fiscal do país após a eleição convocada por Macron

Emmanuel Macron
Por James Hirai - William Horobin
09 de Julho, 2024 | 05:02 PM

Bloomberg — A nota soberana da França estará em risco se o desempenho fiscal e os níveis de dívida do país piorarem significativamente com a disputa política, disse a Moody’s.

A agência de classificação de risco alertou que a perspectiva do país pode ser rebaixada de estável para negativa se for observada uma maior deterioração dos custos de serviço da dívida em comparação com seus pares. As observações ecoam um aviso semelhante em abril.

A França enfrenta as consequências de uma eleição legislativa em que nenhum partido ou aliança obteve a maioria absoluta na Assembleia Nacional. Agora, várias lideranças disputam a nomeação de primeiro-ministro, deixando as finanças do país — e os investidores — em um limbo até que surja maior clareza sobre quem irá governar e como o novo governo irá lidar com o elevado endividamento.

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Os resultados das eleições colocaram a França em uma “situação sem precedentes”, escreveram os analistas da Moody’s, incluindo Sarah Carlson, descrevendo as implicações fiscais como negativas. “Um enfraquecimento do compromisso com a consolidação fiscal aumentaria as pressões” sobre a nota de crédito.

O elevado ônus da dívida da França aumenta sua exposição a custos de financiamento mais elevados e pode levar a um aumento mais rápido do que o esperado das despesas com juros do governo, alertou a Moody’s.

O custo da dívida tem um peso maior na avaliação que a empresa faz do perfil de crédito da França, dado o status de moeda de reserva do euro.

Embora as taxas de juros da Europa tenham começado a cair, os custos dos empréstimos na França aumentaram desde que o presidente Emmanuel Macron decidiu convocar uma votação parlamentar antecipada no mês passado.

Uma reversão das reformas financeiras implementadas desde 2017 por Macron e seus aliados poderia prejudicar ainda mais a classificação do país se houver “implicações significativamente negativas a médio prazo para o potencial de crescimento e/ou trajetória fiscal da França”, escreveram os analistas da Moody’s.

Em abril, a Moody’s afirmou a nota de crédito da França em Aa2 – sua terceira nota mais elevada – com uma perspectiva estável.

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